A família de Jair Bolsonaro está dividida sobre o indicado do presidente para o STF
O senador Flávio Bolsonaro quer Humberto Martins, porém sua madrasta, Michelle, prefere André Mendonça
O STF terá nova vaga em julho, com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello
A vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) que será aberta em julho, com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello, provocou um "racha" na família de Jair Bolsonaro para saber quem vai influenciar o presidente na escolha para o novo ministro da Corte.
Segundo reportagem do portal UOL, a primeira-dama Michelle Bolsonaro tem verdadeira adoração pelo advogado-geral da União, André Mendonça, por quem tem feito campanha. O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) tenta convencer o pai a nomear o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Humberto Martins.
Bolsonaro revelou a dois ministros do STF que ainda não bateu o martelo entre os preferidos da família, mas já decidiu querer um magistrado "terrivelmente evangélico", por influência direta de Michelle. Mendonça e Martins preenchem este requisito. O advogado-geral conquistou a primeira-dama por ser gentil e atencioso no trato pessoal, sem entrar em embates e nem levantar o tom de voz.
Mendonça também agradou Bolsonaro com seu discurso fervoroso na Corte sobre o funcionamento de igrejas durante a pandemia, no mês passado.
Martins também tem se esforçado para chamar a atenção para o lado religioso. Em eventos recentes do Judiciário, citou a misericórdia divina e a Bíblia. No mês passado, autorizou a retomada das obras do museu da Bíblia em Brasília, um projeto custeado com recursos públicos.
Em março, quando André Mendonça foi retirado do Ministério da Justiça e mandado de volta para a AGU (Advocacia-Geral da União), Bolsonaro não garantiu nomeação para o Supremo. Mas lembrou, em uma conversa do tipo olho no olho, que a vaga seria aberta. A Martins, Bolsonaro não prometeu nada.