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04/02/2023 às 15h46min - Atualizada em 04/02/2023 às 15h46min

"Nunca houve arma e laudo aponta possibilidade de visualização de qualquer objeto" diz advogado da família de Marcelo Leite

DISPAROS DE FUZIL

Theo Chaves
https://www.tnh1.com.br
Foto: Reprodução/Polícia Científica

Após a conclusão do laudo da reprodução que simulou a abordagem policial ao arapiraquense Marcelo leite, que foi vitimado por um tiro de fuzil disparado por um militar do 3° Batalhão, no dia 14 de novembro, em Arapiraca, o advogado da família do empresário comentou sobre a divulgação da perícia feita pela Polícia Científica e disse que o laudo aponta, dentro da versão apresentada pelos PMs, apenas a possibilidade física de visualização de qualquer objeto. A reprodução foi realizada no último dia 16 de janeiro, nas proximidades do 3° Batalhão da Polícia Militar, local onde o empresário foi gravemente ferido pelo disparo de arma de fogo.

De acordo com o advogado Leonardo de Morais, o laudo da reprodução simulada, que foi feita a partir das versões de pessoas ouvidas durante o inquérito policial, mostra o campo de visão a partir do depoimento dos PMs.

"A reconstituição é baseada na versão das pessoas ouvidas no inquérito policial. Na versão dos policiais indiciados (aqui suspeição no grau máximo), a perícia destacou que era possível visualizar arma de fogo, caso estivesse portando, nas mãos da vítima. Fala em possibilidade física de visualização. Assim como seria possível ver uma fruta, um sapato, um livro, uma pedra ou qualquer objeto. O termo “possibilidade” é conceituado como característica do que é possível, do que pode acontecer. Chance, probabilidade. Neste sentido, o laudo fala em possibilidade física de visualização, segundo os depoimentos dos próprios militares envolvidos no homicídio, especialmente de um deles. Assim, caso a vítima estivesse portando uma pedra, um tijolo, um livro ou qualquer objeto nas mesmas circunstâncias indicadas pelos agentes, o laudo também apontaria pela capacidade de visualização", explicou Morais.

Leonardo ainda enfatizou que houve modificação da cena do crime e disse que confia no trabalho da Polícia Civil. "Nunca existiu arma. A verdade é que um disparo de fuzil foi deflagrado pelas costas e nas costas da vítima quando seu veículo Creta já havia ultrapassado a mencionada viatura policial, conforme resta claro nos vídeos divulgados pela imprensa. Não houve chance de defesa.  

Mais 8 disparos foram realizados. Após, um revólver velho e enferrujado foi implantado, visando a justificativa de que os tiros foram deflagrados em legítima defesa. Por fim, houve intencional modificação da cena do crime, com o fim de não deixar provas da ação desastrosa e excessiva. Cada comportamento deste corresponde a um crime diferente. Temos confiança no trabalho da Polícia Civil e nas instituições públicas, cujos suspeitos serão responsabilizados por retirarem um grande homem do convívio da família", acrescentou o advogado.

Veja, abaixo, a nota na íntegra divulgada pelos representantes da família do empresário Marcelo Leite.

Nota da defesa da família de Marcelo Barbosa.

A reprodução simulada dos fatos é um tipo de perícia, cuja base são as versões apresentadas pelas pessoas ouvidas no inquérito policial. 

A perícia destacou que - na versão dos policiais indiciados – havia possibilidade a visualização de arma de fogo pelo passageiro do banco da frente da viatura, levando-se em conta as condições físicas de luminosidade e proximidade entre os veículos apresentadas pelos próprios militares, caso a vítima a estivesse segurando em uma das mãos.

O termo “possibilidade” é conceituado como característica do que é possível, do que pode acontecer. Chance, probabilidade.  Neste sentido, o laudo fala em possibilidade física de visualização, segundo os depoimentos dos próprios militares envolvidos no homicídio, especialmente de um deles. Assim, caso a vítima estivesse portando uma pedra, um tijolo, um livro ou qualquer objeto nas mesmas circunstâncias indicadas pelos agentes, o laudo também apontaria pela capacidade de visualização. 

Marcelo Barbosa nunca teve arma - A verdade é que um disparo de fuzil foi deflagrado pelas costas e nas costas da vítima quando seu veículo Creta já havia ultrapassado a mencionada viatura policial, conforme resta claro nos vídeos divulgados pela imprensa. Não houve chance de defesa.  Mais 8 disparos foram realizados. Após, um revólver velho e enferrujado foi implantado, visando a justificativa de que os tiros foram deflagrados em legítima defesa. Por fim, houve intencional modificação da cena do crime, com o fim de não deixar provas da ação desastrosa e excessiva. Cada comportamento deste corresponde a um crime diferente. 

A família e a defesa têm total confiança no trabalho da Polícia Civil e nas instituições públicas, cujos suspeitos serão responsabilizados pela infeliz morte de Marcelo.

  • Leonardo de Moraes
  • Adilson Melro
  • Victor Oliveira
  • Juliano Pessoa
  • Fernando Valeriano
  • Karoline Santa Rita
  • Alexandre Nascimento
  • Thaís Cardoso
  • Nilson Macário
  • Luiz Matheus Marques

Laudo - Um dos principais pontos analisados pelos peritos foi a versão apresentada pelo PMS, que apontavam Marcelo em posse de uma arma de fogo. Durante a simulação, que analisou as condições de luminosidade da via e o campo visual do PMs com relação ao carro do empresário (um veículo modelo Creta), os peritos concluíram que era possível ver Marcelo portando ou apontando alguma arma de fogo para os policiais durante a abordagem.

O caso - A reprodução simulada é um dos elementos da investigação da morte do empresário Marcelo Barbosa Leite, 31 anos, morto dias após ter sido atingido por um tiro de fuzil, disparado por um policial militar do 3º Batalhão, no município de Arapiraca, Agreste do Estado, na madrugada do último dia 14. Ele foi atingido nas costas após ter sido perseguido ao passar pela AL-220 e não parar durante abordagem dos militares. 


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