'Pela legislação, sou italiano. Teria cidadania plena', diz Bolsonaro

Sem confirmar pedido por dupla cidadania, ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse ter direito a cidadania italiana. REUTERS/Joe Skipper REFILE - QUALITY REPEAT

• Em entrevista para um jornal italiano, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) diz ter direito à dupla cidadania;
• Ex-mandatário já teve título honorário questionado por organizações italianas;
• Bolsonaro não confirmou se deu entrada em pedido para obter cidadania do país de origem da família dele.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que, por ter avós nascidos na Itália, tem direito a cidadania do país europeu. A fala foi feita em resposta a repórter do jornal italiano Corriere della Sera, que conversou com o ex-mandatário brasileiro em Orlando, nos EUA. As informações foram divulgadas por Mayara da Paz, do portal Metrópoles.

“Pela legislação, eu sou italiano, eu tenho avós nascidos na Itália, e a legislação de vocês diz que sou italiano”, afirmou Bolsonaro ao ser perguntado se está buscando cidadania italiana.

Ele não confirmou se entrará com o pedido. Só disse que, "com pouquíssima burocracia" ele "teria a cidadania plena".

Na última semana, organizações civis e políticas da cidade de Anquillara Veneta se manifestaram contra o título de cidadão honorário concedido ao ex-presidente pela prefeita Alessandra Buoso.

Representante do partido de extrema direita Liga Norte, a gestora italiana concedeu o título ao então mandatário brasileiro por ele ser bisneto de Vittorio Bolzonaro, italiano que nasceu na cidade, mas foi para o Brasil em 1888.

Na prática, o título não traz benefícios legais ao ex-chefe do Executivo Nacional. Todavia, depois que ele perdeu as eleições em 2022, organizações que já criticavam a homenagem, passaram a questionar ainda mais a vinculação do nome dele com a cidade.

Sem data de retorno ao Brasil

Bolsonaro fez a declaração em meio a cobranças de políticos de oposição para que ele retorne ao país e seja responsabilizado pelos atos golpistas praticados por apoiadores dele no dia 8 de janeiro. Na ocasião, centenas de bolsonaristas foram presos após invadirem e depredarem às sedes do Supremo Tribunal Federal (STF), do Congresso Nacional, e do Palácio do Planalto, em Brasília (DF).

Também pesam contra Bolsonaro as declarações feitas pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) nesta quinta-feira (2). O parlamentar revelou ter participado de uma reunião com o então mandatário e com o ex-deputado federal Daniel Silveira em que os dois teriam tentado coagi-lo a participar de uma tentativa de golpe de Estado.

O ex-presidente está nos Estados Unidos desde o dia 30 de dezembro de 2022. Ele não anunciou data de retorno para o Brasil e pediu visto para ficar por mais seis meses no país norte-americano.