Calma, que eu explico o meu ponto de vista.
Ele é de uma escola muito prolífica da política brasileira: o fisiologismo. Estará no poder onde o poder estiver.
Lira foi útil ao bolsonarismo como o bolsonarismo foi útil a ele, com seu orçamento secreto e o controle de várias empresas estatais. Tende a ser, agora, mais lulista do que Janja – pelo menos até o último segundo de Lula na presidência.
Se você preferir, Lira foi bolsonarista, assim como já é lulista e no futuro será...
O problema maior, se é assim que você também entende, é que essa escola, predominante na política nacional – embora exista em todo o mundo -, continua reproduzindo.
Lira não é muito diferente, por exemplo, da sua réplica local, Renan Calheiros pós-ditadura: apoiou Collor, lançado por ele ao cargo e de quem se tornou líder no Congresso; Itamar Franco, que lhe deu um belo de um emprego; FHC, de quem foi ministro e emplacou Luciano Barbosa também ministro; Lula, nos primeiros mandatos, quando indicou quem quis para o que quis; Dilma, cujo impeachment ele votou favorável; Temer, do quase “tamo junto”, que não foi acatado pelo “golpista”; e agora de novo Lula. Como há de viver muito, quem vier terá nele o mais fiel aliado: “imortal enquanto dure”.
Lira segue a mesma senda, como se perseguisse o currículo do rival/ídolo, como um faminto deseja um prato de comida.
Os dois não têm um único amigo para compartilhar “as coisas da vida”, mas colecionam – e colecionarão – aliados e inimigos políticos enquanto vida existir.