No entanto, Costa, que reconheceu ter recebido propostas deste tipo, pediu desculpa a Bolsonaro, declarando que "não queria fazer nada fora da lei" e que qualquer acção(sic...) deveria seguir "as quatro linhas da Constituição".
"A pressão sobre ele era bárbara. Porque as pessoas pensam que ele é muito corajoso, meio alterado, meio louco, ele pensou que podia encenar um golpe de estado. Ele não o fez porque não havia maneira de o fazer. Vão prendê-lo por isso", perguntou Costa numa entrevista ao jornal 'O Globo'.
"Aquela proposta que estava na casa do Ministro da Justiça, que estava na casa de todos. Muitas pessoas aproximaram-se de mim e disseram: "sabem que eu tinha um trabalho semelhante em casa". Imagine se eles prestassem atenção", tentou pedir desculpa.
Costa insistiu em retirar a Bolsonaro qualquer responsabilidade pelo que aconteceu a 8 de Janeiro, chegando ao ponto de dizer que o facto de o antigo presidente se ter mantido em silêncio desde a sua derrota eleitoral foi um erro seu.
"Pode ter sido esse o meu erro, o dos políticos, que não o tenhamos preparado para uma possível derrota. Nunca tocámos nesse assunto, nunca lhe passou pela cabeça", disse Costa, que relatou como Bolsonaro ficou "devastado" quando o visitou após os resultados terem sido anunciados. "Pensei que ele ia morrer", disse ele.
"O tipo foi decomposto (...) ele passou quatro ou cinco dias sem comer nada. O seu mundo ruiu", disse Costa, que está confiante que Bolsonaro assumirá o comando da ala de extrema-direita do partido quando regressar dos Estados Unidos dentro de uma semana. "Eles vão ouvi-lo, mas não a mim", reconheceu ele.
"Ele é muito importante para nós. Por exemplo, para gerir esse sector do direito que temos aqui. As pessoas estão muito à direita, com Bolsonaro aqui estou no céu, elas ouvem-no, não me vão ouvir", disse ele.
Costa reconheceu que vê poucas hipóteses de Bolsonaro ser um candidato nas eleições de 2026 devido aos vários procedimentos legais contra ele. "Vai ser condenado por quê? Que crime cometeu ele? É uma loucura", protestou ele. O ex-presidente está a ser investigado, entre outras coisas, pelo seu possível envolvimento nas chamadas milícias digitais, que estão a investigar ataques ao sistema eleitoral e a disseminação de notícias falsas antes e durante a campanha.
Fonte: (EUROPA PRESS)