Após a descoberta dos gastos ilegais de Bolsonaro no cartão corporativo e de que ele mentiu sobre o uso do instrumento com o fim de promoção pessoal, tudo coligado à sua fuga do país em dezembro -- fuga que já se tornou inquestionável --, o STF se vê obrigado, LEGALMENTE, a decretar sua prisão.
Bolsonaro mentiu sobre o cartão corporativo; disse que não o usava. Porém, foram encontrados dados sobre uso do instrumento até para fins eleitorais do então presidente da República, além do uso de laranja, amiga de Michelle Bolsonaro, para lavar o dinheiro público empregado nesses gastos.
Prender Bolsonaro, pois, não é só obrigatório, é urgente. Ele vem dizendo que não voltará ao Brasil. Já existe, assim, prova de obstrução da Justiça. Mas o que determina a imperiosidade da prisão do ex-presidente é a quantidade de provas contra ele - e a contudência delas.
Prova 1 -- Bolsonaro mentiu sobre a data de seu embarque para os EUA com vistas a se evadir enquanto era presidente, para que não pudessem impedi-lo
Prova 2 -- O militar ajudante de ordens de Bolsonaro sacava dinheiro do cartão corporativo da Presidência e lavava essas quantias usando o cartão de crédito de uma amiga de Michelle Bolsonaro a fim de custear sua promoção pessoal (motociatas) com dinheiro público.
Prova 3 -- Faturas do cartão da laranja amiga de Michelle, usado para pagar gastos ilegais que não poderiam ser feitos com o cartão corporativo, eram pagas pelo Palácio do Planalto.
Prova 4 -- O STF já tem áudios com a voz de Bolsonaro provando que ele sabia de tudo.
Eis que não resta dúvida de que o anúncio do pedido de extradição só aguarda a solução da insubordinação militar.
O agora ex-comandante do Exército já estava na mira do governo Lula após desacatar o presidente da República, o ministro da Justiça e de se recusar a cumprir ordem de afastamento do ajudante de ordens de Bolsonaro, envolvido no escândalo do cartão corporativo. Além disso, em breve o "Alto Comando" das Forças Armadas irá nomear novos generais de quatro estrelas e há preocupação do governo e do STF que haja promoção de golpistas bolsonaristas.
O STF entende que prender Bolsonaro agora, apesar de necessário e urgente devido ao risco de nova fuga, significa dificultar o fim da insubordinação desses setores das Forças Armadas que ainda podem ameaçar a democracia. Mas há certeza de que a contudência das provas inviabilizará a impunidade.
Prender Jair Messias Bolsonaro, pois, é só questão de tempo. Para o bem do desestimulo ao uso da Presidência da República para fins criminosos. Do contrário, outros Bolsonaros virão.