A decisão foi tomada na sexta-feira à noite e inclui a nomeação da jornalista Kariane Costa como presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), que é responsável pelos principais meios de comunicação social, tais como a agência de notícias Agencia Brasil, TV Brasil e a estação de rádio Radio Nacional. A mudança marca o início de um processo de transição e reorganização na EBC que durará cerca de 30 dias, disse a presidência brasileira numa declaração.
A imprensa brasileira salienta que a gestão destes meios de comunicação social estava ainda nas mãos de funcionários nomeados pelo anterior presidente, Jair Bolsonaro, cujos apoiantes invadiram o Congresso, o palácio presidencial e a sede do Supremo Tribunal Federal há uma semana.
Precisamente a cobertura destes eventos teria sido o gatilho para as mudanças, uma vez que, enquanto a maioria dos media brasileiros se referia aos apoiantes de Bolsonaro como "vândalos" ou "golpistas", os media públicos mantiveram o termo "manifestantes", de acordo com fontes governamentais citadas pelo jornal "Folha de São Paulo".
Outra fonte explicou que temiam uma cobertura ainda mais radical por parte dos meios de comunicação social dirigidos por apoiantes bolonarianos e a possível propagação de ideias antidemocráticas ou mesmo sabotagem técnica para perturbar as transmissões e aparições presidenciais.
No dia seguinte ao ataque aos três ramos do governo, o programa noticioso da TV Brasil emitiu declarações do senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, que foi interpretado como uma provocação por políticos do Partido dos Trabalhadores (PT) no poder.
Fonte: (EUROPA PRESS)