Alagoas registrou ao longo do último ano, 582 mortes por acidentes de trânsito, o equivalente a 1,59 mortes por dia. Os dados, divulgados nesta quarta-feira (4), pela Polícia Científica do Estado, representam uma queda de 9,76% na comparação com 2021, quando foram registrados 645 óbitos.
Esse é o menor índice registrado desde 2013, quando se iniciou a série histórica de casos dessa natureza registrados pelos Institutos de Medicina Legal de Maceió e Arapiraca. Fazendo uma correlação com 2014, ano da série onde foi registrado o maior número de óbitos (802), em 2022, o índice de mortes nas estradas e rodovias alagoanas caiu 61%.
Essa redução consolida Alagoas como referência nacional no desenvolvimento de políticas de segurança pública no combate a acidentes de trânsito. Como também no fortalecimento da rede de socorro às vítimas de atropelamentos, abalroamentos, capotamentos, tombamento, quedas de motos, e choque de veículos com objetos fixos.
Perfil das vítimas
De acordo com os registros nas unidades de medicina legal do Estado, a maioria das vítimas que perderam a vida nas vias e rodovias em 2022 eram do sexo masculino, 508 no total, e 74 eram do sexo feminino. Desse total, 319 corpos foram recolhidos nos locais de acidente, o restante, 263 foram recolhidos em unidades de saúde.
Em relação à faixa etária, 56 vítimas tinham entre 0 até 19 anos, 451 tinham idade entre 20 até 59 anos, se mostrando a faixa mais vulnerável, e 71 desses indivíduos tinham entre 60 anos a 90 anos de idade. Quatro dessas vítimas, todas do sexo masculino e adultas, não foram identificadas oficialmente e acabaram sepultadas como indigentes.
Dos 102 municípios alagoanos, 95 registraram pelo menos uma morte por acidente de trânsito. Maceió foi o município que teve a maior incidência de casos, 97 mortes, seguido de Arapiraca com 34, Palmeira dos Índios com 19, Girau do Ponciano com 18, Coruripe e Pilar com 17 óbitos.
Edson Júnior, que integra a equipe de peritos criminais do Instituto de Criminalística especialista em perícias de local de morte violenta por acidente de trânsito, afirmou que a maioria dos acidentes ocorre por imprudência. No ranking de vítimas fatais, ele disse que no primeiro lugar estão motoristas de motocicletas de pequeno porte.
“Considerando a casuística, tipo de acidente mais frequente, ele não está diretamente associado a velocidade, como pode parecer, porque se a gente pensar a causa como toda conduta antijurídica e proibida que se removida altera o resultado, nem sempre o excesso de velocidade foi a causa de fato. Ele está predominantemente relacionado a desatenção e imprudência na condução do veículo, com manobras indevidas que mesmo em velocidade indevida se acionada a tempo o sistema de freios, evitaria o resultado”, explicou o perito.