Lula voltou a discursar, pela terceira vez, no Parlatório da sede do Executivo federal. Ao se dirigir aos apoiadores que o aguardavam na Praça dos Três Poderes, o presidente iniciou o discurso agradecendo os eleitores que combateram a "violência política" durante na campanha eleitoral e disse que vai governar para todos os brasileiros.
"Vou governar para os 215 milhões de brasileiros e brasileiras, e não apenas para quem votou em mim. Vou governar para todas e todos, olhando para o nosso luminoso futuro em comum, e não pelo retrovisor de um passado", afirmou.
HISTÓRICO: Lula sobe a rampa do Planalto
Após quase duas horas no Congresso Nacional, o presidente empossado Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente empossado Geraldo Alckmin deixaram o Parlamento às 16h20. Eles seguem para o Palácio do Planalto, onde subirão a rampa e receberão a faixa presidencial.
A cerimônia de posse no Congresso começou às 14h45 e acabou às 16h04. Logo após o fim da cerimônia, Lula recebeu cumprimentos de parlamentares e de convidados, inclusive um abraço do ex-presidente e ex-senador José Sarney.
Do Plenário da Câmara, Lula e Alckmin foram à sala da Presidência do Senado, onde tiveram uma conversa rápida com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco. Em seguida, voltaram ao Salão Negro e caminharam em direção à rampa do Congresso.
Após desceram a rampa, o novo presidente escutou o Hino Nacional, acompanhados dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e da primeira-dama Rosângela Lula da Silva (conhecida como Janja) e da vice-primeira dama Lu Alckmin. Em seguida, Lula passou as tropas em revista na porta do Congresso.
A pedido da primeira-dama, não houve a tradicional salva de 21 tiros de canhão. Para evitar perturbações a animais e a pessoas com autismo, Janja pediu que equipamentos que emitam barulho não fossem usados na posse.
Bastante aplaudidos pelo público, Lula, Alckmin e as esposas entraram no carro presidencial às 16h40, de onde partiram para o Palácio do Planalto, onde a posse terá continuidade. Após receber a faixa presidencial, Lula fará o segundo discurso do dia no Parlatório do Planalto.
Discurso
No discurso após assinar o termo de posse no Plenário da Câmara dos Deputados, o novo presidente prometeu união e respeito à lei. Disse que a atitude do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e dos demais órgãos do Poder Judiciário foi fundamental para “fazer a verdade das urnas” e que sua eleição resultou de uma frente ampla para evitar a volta do autoritarismo. O presidente prometeu não praticar revanchismo contra “os que tentaram subjugar a Nação a seus desígnios e interesses ideológicos”. Ele declarou que quem tenha desrespeitado a lei responderá pelos erros na Justiça, com direito amplo de defesa e respeito ao devido processo legal.
Em relação ao meio ambiente, disse que o novo governo tem como meta reduzir a zero o desmatamento na Amazônia. Lula também declarou que caberá ao Estado trazer a indústria brasileira para o século 21, com o financiamento adequado. O novo presidente também anunciou um revogaço de decretos que flexibilizaram as regras de armamento da população nos últimos anos. Lula prometeu trabalhar pela aprovação de uma reforma tributária e pela recuperação de investimentos em infraestrutura, educação e cultura.
Na hora de assinar o termo de posse, Lula usou uma caneta que disse ter ganhado em 1989 de um cidadão do Piauí. Alckmin recusou a caneta oferecida pelo Congresso e assinou o termo de posse como vice-presidente com a mesma caneta de Lula. Diferentemente das últimas posses, em que portava uma gravata vermelha, Lula estava com uma gravata azul. Coube a Alckmin trajar uma gravata vermelha.