"Estávamos assistindo televisão, quando começou a passar a reportagem. Ele estava deitado e reconhecemos por conta das tatuagens e do jeito. A gente que é mãe não se engana", disse Sandra.
"Eu queria levar no médico, mas ele não aceitava. Então, eu fui no lugar dele [na consulta] e contei como ele estava. O médico me deu um encaminhamento para interditá-lo. Só que, uma semana antes do juiz dar o mandado, eu contei para minha filha e ele escutou. [Na ocasião] ele perguntou: 'mãe, você quer me internar? Você está achando que eu sou louco? A senhora que é'", lembrou.
"Eu quero abraçar, beijar, cheirar, mesmo se estiver fedido, na rua, do jeito que ele estiver. O importante é que eu quero que ele venha, e volte, porque é o meu filho", afirmou a mãe
Buscas
Após ver Júlio na reportagem, a família passou a vir para a Baixada Santista com a esperança de encontrá-lo. De acordo com Sandra, eles procuraram em Centros de Referências Especializados em Assistência Social, Bom Prato e no túnel do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT).
Ainda de acordo com a mãe, diversas pessoas o reconheceram como "Zóio", por conta dos olhos grandes; "Mancha", devido a uma marca no pescoço, e "Dula", apelido de infância que Júlio tem tatuado na mão.
No entanto, apesar de ter deixado o telefone, nunca recebeu informações sobre o paradeiro do filho. Desde então, Sandra tem compartilhado fotos dele em grupos da Baixada Santista nas redes sociais.
"Na televisão, ele estava magro, mas não estava barbudo e cabeludo. Quando eu estive lá [Baixada Santista], algumas pessoas, que conheciam ele, falaram: 'ele não está desse jeito da foto, se a senhora vir, vai estranhar. Está mais magro, barbudo e cabeludo'", contou a mãe.
Júlio é o terceiro de cinco filhos. A mãe afirmou que o sentimento é de frustação por acreditar que poderia fazer mais para encontrá-lo. No entanto, as condições financeiras não a permitem ir sempre para Baixada Santista. Ela contou à reportagem que está com esperança de encontrá-lo neste fim de ano.
"Domingo [Natal] meus filhos e netos vão vir todos para minha casa. Eu tenho um neto que é idêntico a ele, igualzinho. Cada vez que eu olho para o Vinícius [neto] parece que eu estou vendo ele [Júlio]. É uma esperança que arde no peito. Saudade de ter perto, de sentar junto, de perguntar se ele me ama. Ele sempre falava 'mãe, pode passar o tempo que for, eu sempre vou amar a senhora, nunca esqueça disso'", finalizou Sandra.
Possíveis informações sobre Júlio César Corato podem ser compartilhadas com a polícia pelo número 190 ou com o g1 Santos pelo WhatsApp (13) 99642-8654.