“Adentrando a área foi possível observar bananeiras tombando, sem estarem carregadas e cachos de banana com vários frutos amarelados e intocados, característica de amadurecimento forçado pelo efeito químico do herbicida, o que gera o amarelecimento do fruto sem que o mesmo esteja no estágio correto de maturidade, e não permitindo a natural aproximação de pássaros e saguis, que beliscam os frutos que amadurecem lentamente, seguindo o curso natural de amadurecimento”, informa trecho do relatório.
“Prejuízos econômicos gigantescos e prejuízos ambientais igualmente gigantes. Árvores nativas, pequenas árvores em formação, árvores milenares, testemunhas de muitas gerações, morrendo a olhos vistos, sem possibilidade de recuperação”, reforça outro trecho do laudo, que aponta que “diante de todos os prejuízos aqui levantados avalia-se que, para retomada de atividades econômicas agrícolas, com fins de geração de renda, levando em consideração que deverão ser tomadas diversas providências com o fim de desintoxicação do solo, só deverá ser possível num período de 15 a 18 meses, tendo como base prioritária a cultura da banana”, destaca o documento.
O ambientalista Ricardo Ramalho cobra investigação do caso. “Há tempos que alertamos sobre a pulverização aérea. Esse é um problema muito grave que foi detectado há menos de um mês. Além de afetar a lavoura, a terra continua com sequelas, demora para se recompor. Me parece uma operação clandestina que não sabemos de onde partiu, mas é muito grave”, destaca o ambientalista e diretor do Instituto Terraviva, Ricardo Ramalho.
O levantamento feito na área mostra que o maracujá precisará ser replantado, além de adubado para garantir a futura safra, pois diversos micro-organismos que garantiam a adubação natural do solo, também foram afetados e que o próximo ciclo produtivo se dará em torno de 6 meses.
“A banana terá que ser feito o manejo de retirada de partes adultas afetadas em todas as touceiras, deixando apenas as partes jovens que foram pouco afetadas e têm possibilidade de recuperação e futura produção, num prazo variável entre 12 e 18 meses”, destaca.
Em entrevista à Gazeta, engenheiro agrônomo e conselheiro do Crea/AL José Teodorico Araújo disse que a presidente da entidade, engenheira civil Rosa Tenório será informada sobre o caso e deve procurar o Ministério Público Estadual para, juntos, apurarem a denúncia.