O disparo que vitimou com um tiro de fuzil Marcelo Barbosa Leite, de 31 anos, teria sido efetuado por um dos comandantes das duas guarnições do 3° Batalhão da Polícia Militar envolvidas na abordagem ao empresário. A informação foi confirmada ao repórter Alan Garcia, da TV Pajuçara, pelo advogado Napoleão Júnior, que está à frente da defesa dos PMs. Quatro dos seis policiais envolvidos na ação, que terminou com Marcelo gravemente ferido naquele dia 14 de novembro, em Arapiraca, foram ouvidos nesta quinta-feira, 08. Outros dois, que seriam os comandantes das guarnições, devem prestar depoimentos nesta sexta-feira, 09.
Napoleão Júnior, que falou com a reportagem da TV Pajuçara após os policiais prestarem depoimento na sede da Divisão Especial de Investigação e Captura (Deic), no bairro Santa Amélia, disse que os comandantes teriam visto Marcelo Leite em posse de uma arma, que, segundo ele, seria a mesma apresentada pelos policiais.
Ainda de acordo com Napoleão, os disparos que acertaram o veículo e o empresário foram efetuados pelos dois comandantes das duas guarnições envolvidas na ação. Os disparos, segundo a defesa, só foram efetuados após Marcelo empunhar a arma apreendida.
Quatro PMs prestaram depoimentos - Quatro dos seis policiais militares que participaram da ação que vitimou com um tiro de Fuzil o empresário Marcelo Barbosa Leite prestaram depoimentos à polícia nesta quinta-feira (08). A informação foi confirmada à reportagem do TNH1 pelo delegado Sidney Tenório, que integra a comissão que está à frente das investigações do caso.
De acordo com o delegado, o conteúdo dos depoimentos é sigiloso e não será divulgado. "A comissão ouviu hoje quatro policiais militares que participaram da abordagem ao empresário Marcelo, mas, como o conteúdo é sigiloso e não há novidades ainda, foi decidido que somente haverá novo pronunciamento quando tiver algo mais concreto", disse o delegado.
Advogado de familiares contesta versão de PMs - Em entrevista ao TNH1, nessa quarta-feira (07), o advogado Leonardo de Moraes, que representa os familiares de Marcelo, contestou a versão apresentada pelos PMs.
"A alegação dos familiares é baseada em provas, em vídeos. Temos imagens da ação policial que vitimou Marcelo. Em nenhum momento os vídeos mostram Marcelo em alta velocidade ou em posse de uma arma. Marcelo nunca teve arma. Além disso, a cena do crime foi totalmente modificada pelos policiais, e eles apresentaram uma arma que nunca esteve em posse de Marcelo. O empresário foi atingido pelos disparos às 12h e 49 minutos do dia 14 de novembro, e foi dar entrada em uma unidade hospitalar, que fica a cerca de 1,5 quilômetros do local onde a ação aconteceu, por volta das 1h e 18 minutos. Ou seja, demoraram aproximadamente 30 minutos para socorrer Marcelo", detalhou o advogado.