A estudante de 14 anos que foi espancada até desmaiar durante uma aula de educação física conversou, nessa quarta-feira, 30, com o Cidade Alerta Alagoas, da TV Pajuçara/Record TV, e contou como começou a confusão. A adolescente afirmou que não quer mais voltar para a Escola Municipal Professor Antídio Vieira, onde ocorreu o incidente no Trapiche da Barra, em Maceió.
"Ninguém quer passar pelo que eu passei naquela hora. Eu nunca mais quero voltar para ali. Espero nunca mais ir para lá. Porque nunca mais quero que isso aconteça na minha vida e isso nunca aconteceu comigo", desabafou a menina.
O caso ocorreu na última terça-feira, 29, e a família da adolescente registrou boletim de ocorrência, nessa quarta-feira, na Delegacia Especializada dos Crimes contra Crianças e Adolescentes (DCCCA). Em seguida, a estudante foi encaminhada ao Instituto Médico Legal para fazer o exame de corpo de delito.
Ela explicou como foi iniciada a briga no ginásio da escola. "Tudo começou quando a gente estava no jogo de queimado. Estávamos jogando de boa, só que teve uma pessoa que estava tirando muita brincadeira com a minha amiga, que é muito próxima de mim. Antes de terminar o queimado, ela chutou uma bola, essa menina. Ela chutou uma bola, ela não chutou certo, chutou para cima. Aí no final do jogo, a minha amiga questionou e ela estava um pouquinho perto. Ela e esse menino. Minha amiga falou: 'Tá fazendo deboche e não sabe nem chutar uma bola'. Só que ela não percebeu que tinha sido literalmente com ela. Aí o menino que estava do lado dela, que já estava fazendo deboche com a minha amiga, pegou e disse a ela. Foi quando ela saiu de onde estava e foi direto na minha amiga e eu estava perto. Uma começou a gritar com a outra. Assim que a gente caiu no chão, os amigos dela vieram para cima da gente. Só que muita gente em cima, não dava para ver quem estava me ajudando, quem estava batendo. Eu vi na hora que ela estava me chutando muito", detalhou a estudante.
Claudeane Ferreira da Silva Santos, mãe da estudante, afirmou que a filha está traumatizada e chorando bastante. "Quero justiça também. Porque tinha câmeras lá, acho um absurdo o que fizeram com a minha filha". Uma tia da menina falou com o TNH1 e contou que a farda que a sobrinha vestia tem marcas de pisões e chutes que outros agressores deixaram ao atacar a adolescente.
Uma das principais indignações dos familiares da estudante é em relação à postura do professor de educação física no momento das agressões. "O professor de educação física nos disse que não estava mais presente na hora, que a aula já tinha acabado e ele não estava mais no local. Só que na imagem que um aluno filmou, ele estava sim, perante ao acontecimento. Qual era o dele enquanto adulto e professor? Ter separado, mas não tomou iniciativa, não fez nada", protestou a tia.
Na quarta, a Semed informou que "a princípio o professor ficou em choque diante da situação, mas em seguida ele estabilizou atuando junto com a direção".
A reportagem teve informações de que está marcada para esta quinta-feira, 1º, na Escola Municipal Professor Antídio Vieira, uma reunião entre a direção da escola, a família da vítima, a família da menina que praticou as agressões e o Conselho Tutelar. A Secretaria Municipal de Educação (Semed), responsável pela gestão da unidade de ensino, também deve participar da reunião. Imagens de câmeras do colégio podem auxiliar na identificação dos envolvidos, porém a família reclama que não foram cedidas ainda.
Menina agredida: Adolescente de 14 anos busca por justiça