A Folha dá nomes aos bois e acusa explicitamente a tentativa de golpe, ao intitular a matéria da seguinte forma: "PL endossa golpismo de Bolsonaro e usa relatório sem provas para pedir invalidação de votos". No corpo do texto, o jornal menciona a falta de quaisquer evidências que apontem para uma fraude e mencionou as "fragilidades" do parecer em que o PL se baseia para pedir a anulação dos votos em urnas anteriores ao modelo de 2020.
Já o Estadão tem um título mais moderado, sem acusar explicitamente o golpismo do PL e de Bolsonaro. Entretanto, o expressivo veículo também denuncia a falta de provas que sustentem a alegação de Bolsonaro: "Sem prova de fraude, Bolsonaro e PL pedem para que urnas antigas sejam invalidadas."
Tais formas de apresentar a notícia mostram a falta de respaldo que o atual chefe do Executivo e seu partido têm atualmente na mídia hegemônica - e consequentemente no grande capital. Não há, pelo menos momentaneamente, interesse em embarcar em aventuras golpistas que vão desestabilizar ainda mais o país.
Prova disso é o dólar, que, após dois dias sucessivos de queda com a moderação do discurso de Lula e os avanços na PEC da Transição, voltou a disparar em relação ao real com a instabilidade trazida pela tentativa golpista de Jair Bolsonaro e do PL.