Roteiro semelhante foi seguido no Reino Unido. Depois de um começo hesitante, Boris Johnson adotou restrições radicais, além da testagem em massa. Também apostou na vacinação, sendo o primeiro país a iniciá-la. Essas ações e a rápida imunização de metade da população adulta garantiram a redução de mortes em 95%. No último dia 12, depois de 175 dias do terceiro lockdown, os pubs voltaram a abrir. Já Israel conseguiu a maior taxa de vacinação no mundo. Além de ter antecipado a compra de imunizantes, o país adotou um controle rígido de circulação. Resultado: liberou o uso de máscaras no último dia 18, quando atingiu a marca de 81% dos cidadãos acima de 16 anos vacinados com as duas doses. Cinco dias depois, pela primeira vez em dez meses, não registrou nenhuma morte.
Outras abordagens também se mostraram eficazes. A Coreia do Sul teve ótimos resultados, principalmente no início, com o uso de testagem em massa. Numa estratégia mais barata, o Vietnã rastreou e isolou os casos de contágio. Até a última semana, registrava apenas 35 óbitos. Na Nova Zelândia, a primeira-ministra Jacinta Ardern conseguiu cativar a população em um esforço de comunicação que fez o país atravessar coletivamente o lockdown mais severo da sua história. Epicentro inicial da crise, a China conseguiu conter a doença com medidas draconianas de restrição de circulação. Foi criado um controle digital para a mobilidade no país. O país, com 1,4 bilhão de habitantes, pretende vacinar 40% da população até o meio do ano. No rol de contraexemplos, líderes como Trump, Jair Bolsonaro e agora o indiano Narendra Modi colecionaram resultados desastrosos ao ignorar o perigo da doença e espalhar desinformação. O único efeito colateral benéfico da doença, até o momento, é que o novo coronavírus tem se mostrado letal para esses governantes populistas.