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30/04/2021 às 21h41min - Atualizada em 30/04/2021 às 21h41min

Juíza proíbe governo Bolsonaro de fazer propaganda de tratamento precoce contra Covid-19

Yahoo Notícias
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Andressa Anholete/Getty Images
Justiça proibiu governo Bolsonaro de fazer campanha em prol de remédios sem eficácia contra a Covid-19
Agência Pública revelou que gestão Bolsonaro pagou influenciadores para publicar peças em favor de medicamentos que não tem comprovação científica
De acordo com decisão, influenciadores terão de se retratar em 48h

A Justiça Federal em São Paulo proibiu que a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) faça campanhas publicitárias em prol do chamado "tratamento precoce" contra a Covid-19.

O "kit covid", como ficou conhecido, que se constitui de remédios sem comprovação científica contra à Covid-19 é defendido abertamente por Bolsonaro há meses de forma reiterada.

A decisão liminar foi expedida na noite desta quinta-feira (29) pela juíza Ana Lucia Petri Betto também obrigada que haja uma retratação pública dos quatro influenciadores contratados pelo governo Bolsonaro para defender o que foi chamado de "atendimento precoce" em redes sociais

"Que] a SECOM se abstenha de patrocinar ações publicitárias, por qualquer meio que seja, que contenham referências, diretas ou indiretas, a medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, especialmente com expressões como 'tratamento precoce' ou 'kit-covid' ou congêneres", diz a magistrada em trecho da decisão. 


Campanha custou quase R$ 20 milhões

Influenciadores digitais receberam R$ 23 mil do governo Bolsonaro para propagandear “atendimento precoce” contra Covid-19 - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Influenciadores digitais receberam R$ 23 mil do governo Bolsonaro para propagandear “atendimento precoce” contra Covid-19 - Foto: Reprodução/Redes Sociais


Influenciadores digitais receberam R$ 23 mil do governo Bolsonaro para propagandear “atendimento precoce” contra Covid-19 - Foto: Reprodução/Redes Sociais
O portal UOL teve acesso a uma Ação Civil Pública da educadora Luna Brandão contra a campanha publicitária "Cuidados Precoces Covid-19", que custou cerca de R$ 19,9 milhões.

Do total do valor, aproximadamente R$ 86 mil foram pagos a 19 pessoas para divulgar as peças. Entre elas, havia quatro influenciadores, que dividiram R$ 23 mil, conforme revelado por matéria da Agência Pública no mês de março. 

A magistrada deu 48 horas de prazo para que os influenciadores publiquem "mensagem de esclarecimento, indicando que não endossam utilização de medicamentos sem eficácia comprovada".

O governo orientou a ex- Flávia Viana (2,5 milhões de seguidores) e os influenciadores João Zoli (747 mil), Jéssika Taynara (309 mil) e Pam Puertas (151 mil) a publicarem seis stories no Instagram afirmando ser "importante que você procure imediatamente um médico e solicite um atendimento precoce" caso sentisse sintomas de covid-19.

 


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