Para completar o vexame dos que se serviram de Bolsonaro para tirar a esquerda do poder e depois foram servi-los em postos de confiança, o próprio Bolsonaro, em sua primeira fala sobre as eleições do último domingo, reconheceu o resultado.
Explicou que parte dos brasileiros quer mudanças porque sua vida piorou e que ao longo do segundo turno explicará que se ela de fato piorou, começou a melhorar. Bolsonaro aproveitará sabatinas e debates, como disse, para esclarecer os brasileiros a respeito.
Bolsonaro perdeu as condições para contestar a legitimidade do processo eleitoral ao dar-se conta da vitória de militares e de ex-ministros do seu governo. Sete militares ganharam assento no Congresso. O vice, o general Hamilton Mourão, elegeu-se senador.
O general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, elegeu-se deputado federal pelo Rio. Teresa Cristina, ex-ministra da Agricultura, elegeu-se senadora pelo Mato Grosso. O ex-ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, elegeu-se deputado federal.
Os militares votaram em Bolsonaro no primeiro turno e votarão no segundo, mas é só. Além disso, não irão. Caso Bolsonaro se reeleja, o Centrão poderá ajudá-lo a jogar fora das quatro linhas da Constituição, mas cobrará um preço astronômico para tal.