O governador Paulo Dantas (MDB) larga na frente na disputa do segundo turno após a vitória deste domingo, quando obteve 46,64% dos votos dos alagoanos. Ele tenta a reeleição ao governo estadual numa corrida contra o senador Rodrigo Cunha (União Brasil), que saiu do primeiro turno com 26,79% da votação. A vantagem de Dantas dá a ele, sem qualquer dúvida, a condição de grande favorito para o Palácio Floriano Peixoto.
Claro que a eleição só acaba quando termina. Mas, para virar o jogo, Cunha terá de se reinventar a partir de agora. Ou quase. E isso significa, entre outras coisas, que ele precisa convencer o eleitorado que o ignorou no primeiro turno a migrar para sua candidatura.
Em outras palavras, para ter alguma chance, Rodrigo Cunha precisa conquistar agora os votos que foram para o senador Fernando Collor (PTB) e para o ex-prefeito de Maceió Rui Palmeira (PSD), terceiro e quarto colocados respectivamente. Até o momento em que escrevo este texto, a dupla não se manifestou sobre apoio a ninguém.
Collor levou 14,71% dos votos. Palmeira conseguiu 10,38% das preferências dos alagoanos. Somados, os dois tiveram pouco mais de 381 mil votos. Como a diferença entre Dantas e Cunha ficou na casa dos 301 mil votos, aí estão os eleitores que ele terá de convencer para brigar pela vitória.
No primeiro turno, Collor vestiu literalmente a camisa bolsonarista, até com uma ênfase teatral. Dantas, ao contrário, não perdeu uma chance de se apresentar como o “candidato do presidente Lula”. Palmeira não se manifestou sobre a disputa presidencial, assim como Rodrigo Cunha.
Um dia após o veredito das urnas, paira o suspense sobre a declaração de voto dos dois e, nesse caso, o tamanho do engajamento de cada um na caravana de Dantas ou de Cunha. A escolha não deve demorar, afinal a campanha terá menos de um mês, com votação marcada para o próximo dia 30.
Suponho que nem Collor nem Palmeira cogitem voar para Paris. Portanto, é provável que daqui a pouco eles digam finalmente quem vão apoiar no segundo turno.