01/10/2022 às 13h36min - Atualizada em 01/10/2022 às 13h36min
Uso da PF contra adversários em Alagoas: MDB pede investigação de interferência política de Arthur Lira na PF
Suposta operação teve como objetivo favorecer candidaturas de aliados do presidente da Câmara
Assessoria
Agencia de Notícias
Reprodução (Criação Marcos Souza) O MDB de Alagoas está ingressando no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AL), neste sábado (1º), com um pedido de investigação contra o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), por interferência política na Polícia Federal (PF). A acusação é de uso do órgão policial para prejudicar adversários nas eleições deste ano. A iniciativa foi tomada como forma de prevenção aos sucessivos ataques patrocinados pelo deputado na tentativa de evitar a derrota de seu candidato, o senador Rodrigo Cunha (UB), que caiu muito nas pesquisas e pode até ser derrotado ainda no primeiro turno.
O pedido de investigação se deve a uma abordagem feita pela PF, nesta sexta-feira (30), fruto de uma ordem da Superintendência. “Agentes da Polícia Federal sem mandado de busca e sem qualquer causa provável invadiram o Hotel Ritz Lagoa da Anta, ocasião na qual abordaram de forma premeditada o candidato a deputado estadual pelo MDB, Marcelo Victor”, diz o pedido. O presidente da Assembleia Legislativa se encontrava, em público, com três assessores no restaurante de um dos hotéis mais frequentados de Maceió.
“Após a abordagem não foi verificada a prática de compra de voto ou de qualquer outro crime, tanto é assim que não houve prisão ou identificação de qualquer eleitor que teria naquele restaurante o seu voto conspurcado”, reafirma o pedido de investigação, que classifica a abordagem como bizarra. Recentemente, Arthur Lira já tinha conseguido a mudança no comando da Superintendência da PF em Alagoas.
O MDB ainda relembrou que Arthur Lira atacou a Justiça Eleitoral na questão da mudança de comando de policiamento das áreas do interior de Alagoas, e que a PF vazou informações de uma operação que prenderia o prefeito de Rio Largo (Gilberto Gonçalves), aliado político do deputado.
Num desses episódios, um outro candidato apoiado por Arthur Lira, Alfredo Gaspar (UB) gravou um vídeo alegando ter recebido “informações” sobre operações da PF em Alagoas. Na noite de ontem, o mesmo Alfredo foi o responsável por “divulgar a notícia falsa de que Marcelo Victor teria sido levado preso para prestar depoimento por suspeita de compra de votos, o que nunca ocorreu”, reforça o pedido do MDB. O candidato, inclusive, tenta se promover politicamente dessa influência dentro da PF.
Troca de Comando da PF em Alagoas em maio
Como noticiou a Folha de São Paulo em meio deste ano, a Superintendência da Polícia Federal em Alagoas sofreu ingerência política para que houvesse a troca no comando. "Ordens superiores" foi a alegação divulgada pela imprensa. A mudança às vésperas da eleição gerou preocupação do uso da PF contra adversários de Arthur Lira e do presidente Bolsonaro. Outros casos foram relatados pelo Brasil.