Um atirador abriu fogo na manhã desta segunda-feira numa base militar de recrutamento na Sibéria, na Rússia. O caso acontece numa altura em que a opinião pública russa se começa a dividir em relação à guerra, depois de o presidente, Vladimir Putin, ter decretado uma mobilização parcial.
O tiroteio ocorreu na cidade de Ust-Ilimsk, a este da região de Irkutsk, e já foi confirmado pelo governador local.
O autor do ataque conseguiu ferir um oficial de recrutamento, que se encontra atualmente nos cuidados intensivos em “condição extremamente grave”, acrescentou Igor Kobzev, que referiu ainda que “os médicos estão a lutar pela sua vida”.
O atirador, que foi identificado como Ruslan Zinin, um jovem com 25 anos, já foi detido pelas autoridades.
“O atirador foi detido imediatamente e vai ser definitivamente punido”, acrescentou o governador.
O jornal The New York Times refere que a mãe de Ruslan Zinin disse a um jornal local que o melhor amigo do jovem tinha recebido os papéis para se alistar no exército, apesar de não ter qualquer experiência militar.
“Ele estava muito chateado por causa disso”, referiu a mulher, dizendo ainda que “eles disseram que ia ser uma mobilização parcial, mas parece que estão a levar toda a gente”.
Este tiroteio é o mais recente dado que aponta para uma revolta popular na Rússia após o anúncio de Vladimir Putin. Várias pessoas, sobretudo homens que podiam ser recrutados, deixaram o país a seguir ao anúncio, sendo que muitos russos têm sido detidos diariamente por se manifestarem contra o decreto. O grupo OVD-info, que se dedica a monitorizar as ações da polícia russa, refere que mais de 2.300 pessoas foram detidas em protestos desde 21 de setembro.