Aos americanos, Oliver destacou que é provável que a eleição presidencial não seja solucionada no dia 2 de outubro e se estenda para um segundo turno, entre Bolsonaro e, nas palavras dele, seu “principal adversário”, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O que, para o apresentador, significa que as próximas semanas serão “estressantes” aos brasileiros.
“Se Bolsonaro eventualmente perca e opte por lutar contra os resultados, vai testar a força da democracia relativamente jovem do Brasil”, falou. “Brasil sinto muito pelo o que vocês estão passando neste momento. Nossos pensamentos estarão com vocês nas próximas semanas. Boa sorte!”, completou.
Oliver também comentou sobre as dúvidas recorrentes levantadas pelo presidente sobre a integridade das urnas eletrônicas. O apresentador declarou que as máquinas são “amplamente vistas como seguras” e que, ao questionar a segurança delas, Bolsonaro não tem a intenção de “maximizar a segurança do voto”, mas sim “maximizar a quantidade de desconfiança que as pessoas têm nele”. “E seus apoiadores têm dado muito ouvidos a suas besteiras.”
Bolsonaro: Last Week Tonight with John Oliver (HBO)
O comediante também falou sobre Lula durante a esquete. Ele destacou que o petista foi “incrivelmente popular” enquanto ocupava a presidência, mas, depois, foi “pego” em uma investigação de corrupção, a Operação Lava Jato, mas teve a “condenação anulada” e, agora, as pesquisas “mostram que ele está liderando a corrida por uma ampla margem, cerca de 10%”.
Amazônia e pandemia
Segundo Oliver, “a destruição da Amazônia sob Bolsonaro foi devastadora”, ao citar incêndios na floresta e falar sobre a invasão de terras indígenas por madeireiros, fazendeiros e mineradores. Ele também ironizou a acusação de Bolsonaro de que o ator Leonardo DiCaprio estaria financiando incêndios criminosos na Amazônia. O apresentador questionou como Leo arranjaria tempo para isso, entre a agenda cheia de filmes e a cada “grande risada” dada a cada tweet sobre a vida amorosa dele.
Sobre a gestão da pandemia da covid-19, Oliver disse que “gangues de traficantes acabaram sendo mais responsáveis quando se tratava de covid, do que o governo brasileiro”. A fala se deu após a exposição de trecho de reportagem do canal Al Jazeera English, sobre traficantes e milicianos que impuseram toque de recolher e impediram festas clandestinas em favela no Rio, no auge da pandemia.
O Estadão entrou em contato com o Planalto, mas não obteve retorno até 15h.