O foragido da Justiça Douglas Nunes, 21 anos, suspeito de atirar contra a motorista de transporte por aplicativo Alayne da Silva Oliveira, se apresentou à Polícia Civil três meses após o crime. O jovem negou a participação no crime, mas ficou preso por ter, contra ele, um mandado de prisão expedido pela Justiça. A informação foi confirmada nesse domingo, 18, pelo delegado Vinícius Ferrari.
Ferrari, que estava como plantonista da Central de Flagrantes, contou ao repórter Netto Motta, da TV Pajuçara, que a investigação concluiu que Douglas foi o autor do disparo que atingiu a cabeça da motorista durante a tentativa de latrocínio no mês de junho, em Maceió.
"O reconhecimento da vítima é de que ele deu o disparo de arma de fogo nela. Ele veio aqui para se apresentar para supostamente negar a autoria do crime, porém fizemos a consulta e descobrimos que havia um mandado de prisão em aberto contra ele. O inquérito foi investigado pela Deic e chegou-se a conclusão de que ele foi o autor do disparo".
"Ele queria se apresentar, esclarecer o fato e dizer que não foi ele. Queria negar a participação dele. Disse que conhece os envolvidos, mas que nega ter participado", acrescentou.
O caso - A motorista de transporte por aplicativo foi baleada na cabeça depois de ter sido sequestrada por criminosos durante assalto em Maceió, no fim da noite do dia 19 de junho deste ano. A mulher foi encontrada com vida numa estrada de barro no Benedito Bentes, parte alta de Maceió.
Em contato com o TNH1, o irmão da vítima, Alan Oliveira, contou que Alayne foi localizada por policiais militares em um canavial, a cerca de seis quilômetros da Usina Cachoeira do Meirim, por volta das 5h30 da manhã. O carro da motorista foi apreendido no bairro Levada.
"Amanheci lutando contra a morte", diz Alayne - Alayne da Silva Oliveira, de 28 anos, falou pela primeira vez sobre o caso oito dias depois da internação no HGE, em Maceió. “Amanheci o dia literalmente lutando contra a morte, tentando estancar o sangue que escorria de minha cabeça. Só no outro dia fui encontrada pelos policiais e amigos, que me conduziram até a UPA [Unidade de Pronto Atendimento]. A partir daí não lembro de mais nada! Quando acordei já estava no HGE, um tanto confusa, achando que ainda estava na UPA”, recordou Alayne.
Com perfuração no crânio, causada por arma de fogo, além de uma lesão na mão esquerda, a motorista por aplicativo ficou em estado grave e passou por cirurgia. Após recuperação, a mulher contou que havia iniciado a corrida por meio de um aplicativo de transporte, quando os envolvidos no crime a renderam durante o trajeto. Após receber os disparos, ela lembra que fingiu estar morta para tentar escapar da emboscada.