30/08/2022 às 19h47min - Atualizada em 30/08/2022 às 19h47min
Tá faltando pimenta no debate nacional
Janones está fazendo falta no palco principal.
Por: Enio Lins
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Nos bastidores do debate da Band, Janones e Salles discutiram e foram contidos por seguranças (Foto: Reprodução) Janones venceu o debate da Band, proporcionalmente falando, lógico. Nem se sabe o porquê, mas o líder do Avante implodiu a tropa de choque bolsonarista que estava na tribuna de honra. Astros bolsominons, como o ex-ministro Salles, perderam a compostura e o deputado mineiro dominou o forrobodó na antessala, enquanto na sala principal o meliante que ocupa a presidência da República foi, durante quase todo o tempo, poupado, tratado a pão de ló.
Lula desperdiçou quase todas as oportunidades de chutar a gol, e a bola quicou na frente dele várias vezes, desde a primeira e previsível pergunta desferida pelo falso Messias, respondida de forma longa, complexa e sem frases de efeito, dando a impressão que o ex-presidente estava respondendo a alguém digno. Assim não dá, sinceramente. É preciso jair tratando o energúmeno como ele merece. A hora de ser paz e amor já passou, seu Luiz.
Todas as candidaturas presentes ao debate aliviaram com o candidato à reeleição. Uma pergunta ligeiramente mais incisiva aqui outra ali, mas na base da água-com-açúcar. Num exemplo, o comportamento genocida durante a pandemia foi menosprezado e, sem estar disputando o pleito, quando tocou de leve neste ponto, a jornalista Vera Magalhães tirou do sério o madraço. Noutro exemplo, ninguém se lembrou do resto da familícia metralha; e 01, 02,03 e 04 foram deixados na moita.
A polarização é real, como nunca na história recente, mas o debate na Band passou a impressão de que existem mais de duas candidaturas para valer. Culpa do Lula? Talvez. Mais debates virão e vamos ver como a coisa evoluirá, na prática, pois a polarização não é apenas a eleitoral entre Lula e Jair, mas fundamentalmente entre a ética x Jair, verdade x Jair, futuro x Jair, Brasil x Jair. É hora de frente amplíssima contra esse lixo.
Lula, única candidatura com capacidade de vencer o sorna, precisa lutar para separar – e isolar – o joio do trigo. O candidato do PT necessita conversar com o eleitorado de Ciro Gomes, Simone Tebet, Felipe D’Ávila, Soraya Thronicke e demais presidenciáveis que não estiveram no debate, precisa ir buscá-los, como fez com o adversário histórico Geraldo Alckmin. Nas próximas mesas-redondas é besteira lembrar que um foi a Paris, outra votou pelo impeachment de Dilma. É perda de tempo, pois o Brasil só tem um inimigo: o mandrião que quer se reeleger.
Janones está fazendo falta no palco principal.