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29/08/2022 às 18h55min - Atualizada em 29/08/2022 às 18h55min

Suspeito diz que cobrança de propina provocou briga que causou morte de auditor

BARBÁRIE

João Victor Souza e Lelo Macena
https://www.tnh1.com.br/
João de Assis foi encontrado morto no dia 26 de agosto | Cortesia

Ronaldo Gomes de Araújo, 31 anos, suspeito de matar o auditor fiscal da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz-AL), João de Assis Pinto Neto, informou que a briga seguida da morte da vítima foi provocada por uma cobrança de propina por parte do auditor da Sefaz. A informação foi passada ao TNH1 pelo advogado de defesa, Renan Rocha, na tarde desta segunda-feira, 29.

Segundo a defesa, o comerciante, que se apresentou à Polícia às 16h30 desta segunda, disse que estava sendo vítima de cobrança de propina há aproximadamente três meses e que o fato teria motivado o confronto entre os dois.

"Com todo respeito à memória do auditor e à família, mas meu cliente afirma que o estabelecimento comercial vinha sendo vítima de cobrança de propina há pelo menos três meses. O motivo da discussão foi justamente por cobrança de propina. Tanto é que a visita dele ao mercadinho não estava programada no seu planejamento de trabalho para aquele dia", disse Rocha.


Ronaldo também confessou ao advogado que o empurrão que provocou a queda de João de Assis, que o fez bater com a nuca no balcão, foi dado por ele. O suspeito recolheu o corpo por acreditar que o auditor fiscal já estava morto e decidiu ocultar o cadáver. Ele o levou para a região do Rio do Meio, próximo à Usina Cachoeira do Meirim, e o incendiou.

A defesa informou ainda que vai trabalhar a tese de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Sobre a participação do irmão do comerciante, identificado como Marcos, de 30 anos, o primeiro suspeito preso, Ronaldo diz que ele apenas assistiu à cena. O advogado também descartou a participação de outras pessoas no crime.

TNH1 entrou em contato com a Sefaz e vai publicar o posicionamento do órgão tão logo a resposta for enviada à redação. A reportagem não conseguiu contato com a família do auditor e deixa o espaço aberto para manifestação.

Auditor fiscal sofreu traumatismo cranioencefálico, diz IML - A Polícia Científica do Estado de Alagoas, por meio do Instituto de Medicina Legal Estácio de Lima, informou, nesta segunda-feira, que após o exame de necropsia ficou confirmado que a causa da morte do fiscal de renda João de Assis foi Traumatismo Cranioencefálico (TCE), provocado por instrumento contundente. Segundo a perita médica legista Maria Goretti, responsável pelo exame cadavérico, o mesmo foi carbonizado depois de morto.

Como o estado de carbonização atingiu 95% do corpo da vítima, apenas a parte posterior da cabeça foi preservada, a equipe do IML precisou usar o scanner de corpo para concluir os exames de necropsia e de identificação oficial da vítima.

O cadáver do servidor público foi liberado após exame odontolegal realizado pela perita odontolegista Cláudia Ferreira que comparou a arcada dentária do corpo com a documentação ortodôntica apresentada pela família.

O caso - O corpo do auditor fiscal João de Assis foi localizado carbonizado na região do Rio do Meio, próximo à Usina Cachoeira do Meirim, e o veículo da Sefaz, que João dirigia, foi encontrado em uma região de canavial, perto da rodovia AL-405.

O delegado Thales Araújo, coordenador da Gerência de Inteligência Policial (Ginpol) da Polícia Civil, informou que a morte foi decorrente de uma desavença com dois comerciantes, após o auditor ter flagrado irregularidades no estabelecimento comercial do suspeitos, localizado no Tabuleiro do Martins. 


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