Por falta de imaginação ou porque seu governo foi um dos piores da história recente do país, Bolsonaro tenta desajeitadamente vestir a mesma fantasia com a qual foi eleito. À falta de realizações que melhorassem a vida dos brasileiros, aposta no antipetismo.
Só que a situação, hoje, é muito diferente. Lula, que há quatro anos estava preso e da cela liderava todas as pesquisas de intenção de voto até início de setembro, está solto e é candidato. O antipetismo diminuiu. O campeão de rejeição é ele, Bolsonaro.
Lula é o candidato que fez, e por isso pode dar-se ao luxo de ser o principal fiador dele mesmo; Bolsonaro, o candidato que prometeu um monte de coisas e não entregou. O desafiante é Lula. Bolsonaro é incumbente, obrigado a se explicar o tempo todo.
Se analisado por essa ótica o desempenho dos dois no debate da Rede Bandeirantes, Lula ganhou e Bolsonaro perdeu. Ciro Gomes (PDT) entrou e saiu mais ou menos do mesmo tamanho; Simone Tebet (MDB) agigantou-se. Se isso irá traduzir-se em votos,,,
O futuro a Deus pertence. E, por delegação dele, pertence aos eleitores. Quase 80% dos eleitores dizem já ter definido seu voto; mais de 70% deles, entre Lula e Bolsonaro. Mas a propaganda na televisão poderá provocar mudanças, e só agora ela começou.
Sobre isso, leia a entrevista com o sociólogo Antonio Lavareda, presidente do Conselho do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe). É o texto que irá ao ar daqui a uma hora (“A TV poderá dar novos rumos às eleições de outubro?”).