A Polícia Civil e o Instituto de Criminalística estiveram, nesta quinta-feira, 11, na residência do casal que teria sido vítima de agressões cometidas por militares durante uma abordagem no bairro Benedito Bentes, em Maceió, para levantamentos sobre a suposta prática de violência e para a perícia do local, respectivamente.
Os PMs teriam invadido a casa onde as vítimas moram, no último dia 5, à procura de uma suposta arma de fogo que não foi encontrada. O casal contou que ficaram feridos com a violência dos agentes na abordagem truculenta e foram ameaçados. O caso veio à tona nesta semana.
O delegado Robervaldo Davino informou ao TNH1 que a perícia deve entregar o laudo concluído em até 10 dias, mas a polícia segue dando andamento ao inquérito. "Fomos ao local e fizemos o acompanhamento da perícia de constatação. Agora há um prazo legal de 10 dias para o resultado do laudo e para o encaminhamento à polícia, onde vamos inserir no inquérito já instaurado", disse.
"Nós ouvimos o casal, que também esteve na residência acompanhando o procedimento. O que o casal disse foi o que já havia sido relatado no Boletim de Ocorrência, como também na denúncia formalizada na OAB. Não será preciso convocá-los para depor novamente, porque o relato de hoje já foi suficiente", destacou o delegado.
Ainda de acordo com Davino, a Polícia Civil já ouviu três testemunhas e aguarda a divulgação dos nomes dos policiais militares denunciados para colher os depoimentos dos envolvidos. "Três testemunhas já foram ouvidas e novas diligências serão feitas até a conclusão da investigação. Nós solicitamos a divulgação dos nomes dos PMs envolvidos, para a instituição Polícia Militar, porém até o momento, não tivemos resposta. Nós solicitamos ontem, então ainda está dentro do prazo", frisou.
O caso - Um casal procurou a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL) para relatar que teve o imóvel no qual reside, localizado no Benedito Bentes, invadido por militares e que foi agredido gratuitamente, enquanto os policiais procuravam por uma suposta arma no interior da residência.
De acordo com o relato do casal, o fato aconteceu na tarde do dia 5 de agosto, quando o morador observou uma movimentação estranha no entorno de casa e, ao checar a situação, se deparou com um militar armado, em cima do muro, que pediu para que ele não se mexesse, permitindo depois que ele entrasse no imóvel para se vestir.
Pouco tempo depois de entrar em casa, o morador relata ter ouvido um forte barulho, decorrente do arrombamento do portão do imóvel. Conforme a denúncia, cerca de dez militares entraram no local, algemaram o homem e amarraram a mulher, dando início a uma série de agressões. O casal afirma que os policiais obrigaram a mulher a se ajoelhar no esgoto e que começaram a agredi-la na frente do companheiro. Tudo para que dissessem onde estava a suposta arma.
Após não encontrarem o armamento não foi encontrado e, ao perceberem que não havia nenhuma acusação contra os moradores, os policiais teriam tirado uma foto da filha do casal e ameaçaram matar todos, caso fosse feito algum tipo de denúncia.