A defesa de Tharllysson Neylon, o policial militar que agrediu uma mulher com um tapa no rosto, em um posto de combustíveis no Antares, em Maceió, informou que o PM está arrependido da agressão e alegou que ela foi praticada depois de ter sido ameaçado de morte pela vítima. Segundo a defesa, Tharllysson Neylon deve aguardar o melhor momento para se apresentar ao Comando Geral da Polícia Militar.
"Ele reconhece que perdeu a cabeça, que excedeu, que não deveria ter feito aquilo. Não se justifica, mas ele está arrependido e se desculpa com a vítima. Ele contou que não a conhecia, que tentou contornar a situação da melhor maneira, mas foi até o limite", disse o advogado de defesa Raimundo Palmeira ao TNH1.
"Ele narra que foi provocado terrivelmente durante grande parte do tempo que antecedeu [a agressão], cuja as imagens não são trazidas, apenas o ato da explosão. A vítima teria agredido verbalmente, moralmente, um conhecido dele, cuja companheira dele tinha retirado do posto. Passado um momento, a vítima chega xingando, chamando ele de filho de prostituta, de pessoa traída, com os termos vulgares, e ele disse que desde então vinha mantendo o controle, quando disse que perdeu a consciência. Isso não justifica o ato, ele próprio pede desculpas à vítima, porque, apesar de ser muito xingado e provocado, não poderia ter perdido o controle", continuou Palmeira.
Ainda segundo a defesa, mesmo com a sustentação da Polícia Civil no inquérito de que o PM vai responder pela Lei Maria da Penha, pois a autoridade entende que houve violência de gênero pela condição da vítima ser mulher, juridicamente, o agressor deve ser denunciado por lesão corporal.
"Ele não está tentando justificar o ato, ele disse que não tinha o direito, mas perdeu o controle. Mas, para um crime, é preciso que toda a tecnicidade seja perfeita. Se querer enquadrar um ato, em que há uma provocação, uma agressão verbal e uma explosão por parte do agente, contra uma pessoa que não conhecia... Se não há relação doméstica, familiar ou íntima, ou se não foi a condição feminina que gerou a agressão, é forçado se colocar sob a égide da Maria da Penha. Qualquer atitude de violência contra a mulher é errada, mas que se responda dentro da justa medida do que praticou. A tipicidade é de lesão corporal. A defesa pede que seja aplicada a lei na justa medida do fato", explicou a defesa.
Tharllysson Neylon informou a defesa que foi afastado das funções da PM no ano passado, após atestado médico que o mostrava como paciente psiquiátrico, depois de enfrentar uma depressão, condição que o havia acometido durante o tempo de serviço na corporação. Ele também informou que já respondeu a um inquérito por agressão a ex-mulher, mas que hoje há uma boa relação entre os dois.
PC pede prisão preventiva de agressor - A Polícia Civil de Alagoas (PC-AL) fez a representação junto ao Poder Judiciário pelo pedido de prisão preventiva do policial militar. A agressão foi cometida após uma discussão na manhã do último domingo, 31. As imagens chocaram pela violência e foram compartilhadas nas redes sociais.
Na manhã desta terça-feira, 02, a delegada Ana Luiza Nogueira, responsável pelo inquérito, concedeu entrevista coletiva na sede da Delegacia-geral da PC-AL, em Jacarecica, e confirmou que aguarda a expedição do mandado judicial para dar cumprimento à decisão. Ela ainda comentou sobre a possibilidade de um novo inquérito ser aberto para investigar as agressões verbais sofridas pela amiga da mulher agredida com o tapa.
"Já ouvimos a vítima e mais duas pessoas nessa segunda, e vamos ouvir mais duas pessoas hoje. Ontem mesmo já fiz a representação com o pedido de prisão preventiva do agressor. Estamos analisando também, se for confirmado, a possibilidade de outro inquérito ser aberto, visto que a vítima contou que a amiga sofreu agressão verbal do ex-namorado", afirmou ao TNH1.
Mulher diz que defendeu amiga - A mulher vítima de agressão prestou depoimento à Polícia Civil na tarde de segunda-feira, 1º. Ela contou que o agressor é amigo do ex-namorado da amiga dela e quis tirar satisfação com a vítima depois de uma confusão que envolveu o ex-casal.
A vítima disse ainda para a delegada Ana Luiza Nogueira que estava com a amiga no posto e que ela havia discutido com o ex ao encontrá-lo. Em seguida, o ex-casal deixou o local e a mulher continuou. Porém, minutos depois, o PM foi até o posto em defesa do amigo e agrediu fisicamente a vítima após um bate-boca.