O ponto de maior preocupação, segundo Tales Faria, do UOL, é o apoio de entidades como a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) à carta. A campanha bolsonarista entende que perdeu o apoio da elite do país, o que foi decisivo para a vitória em 2018. "A informação que eu tenho é que a campanha do Bolsonaro está alarmadíssima com essa Carta aos Brasileiros. Ela é um ponto de inflexão na campanha, pois mostrou que, se em 2018 a elite chegou a apoiar Bolsonaro, dessa vez não tem conversa. Ele agrediu a democracia e a elite brasileira largou o Bolsonaro".
O QG da campanha de Bolsonaro já sabia que não poderia contar com os votos do Nordeste e da camada mais pobre da sociedade, mas ainda esperavam certo respaldo dos mais abastados." O Guedes seduziu o Bolsonaro dizendo 'vamos fazer um programa ultraliberal e com isso vamos trazer a elite'. Isso, em 2018, teve resultados para o Bolsonaro. Mas agora não dá mais. O Guedes perdeu completamente a sua ligação com o empresariado em geral e a campanha do Bolsonaro está alarmada".
O isolamento completo de Bolsonaro, segundo o colunista, afasta ainda mais uma possibilidade de golpe em caso de derrota nas urnas. "A equipe de campanha está sentindo que ele está isolado e, com o Bolsonaro isolado, não tem mais conversa. Se ele fizer um golpe agora, os militares sabem que não poderão apoiá-lo porque não têm também o apoio dos EUA, com quem os militares brasileiros mantêm uma ligação geopolítica muito forte".
"Para Bolsonaro, essa Carta aos Brasileiros está sendo um ponto final na campanha dele. Daqui pra frente ele não cresce mais", concluiu.
"O BRASIL SE CANSOU DA PERSONAGEM JAIR BOLSONARO" | Cortes 247