Afastado da Superintendência do Amazonas após denunciar interferências de autoridades em investigações, Saraiva publicou um vídeo nas redes sociais para explicar o “equívoco” na política armamentista.
“O fato é que, como política de segurança pública, a distribuição desenfreada de armas não é uma boa ideia. E isso coloca em risco, principalmente, a vida dos policiais. Hoje, as missões vão ser sempre muito mais perigosas. O cidadão pode ter arma em casa? Eventualmente, em casos específicos, muito bem delineados, isso é possível, é razoável. O que não se pode admitir é uma distribuição desenfreada de arma de fogo, como tá acontecendo hoje”.
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O investigador argumenta que uma superintendência autorizou a aquisição de 222 armas de fogo em um ano e, no mesmo período, foram registradas 172 notificações por perda, roubo ou extravio de armamentos.
“É claro que não foram das mesmas armas, mas isso é um ciclo. Então essas armas que estão saindo da fábrica, e são armas legais, vão pra ilegalidade. E grande parte dos crimes, dos homicídios, assaltos são cometidos por essas armas, que foram adquiridas legalmente”, iniciou.
O delegado da PF confirma que os números podem ser conseguidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LA).
“Basta que algum parlamentar, por meio da Lei de Acesso à Informação, ou qualquer pessoa peça para as polícias informarem: quantas armas foram vendidas? Quantas foram autorizadas para venda. E quantas notificações de furto, extravio e roubo no mesmo período foram apresentadas. E aí vai ficar claro o absurdo que é distribuir armas de forma desenfreada para a população”, conclui.