“Fui Procurador Regional Eleitoral em SP por 4 anos, acompanhando de perto duas eleições (2004 e 2006), além do referendo de 2005, tudo por meio do sistema eletrônico de votação. Sempre atento no acompanhamento e fiscalização do processo eleitoral, pude atestar sua confiabilidade”.
Esse acima é um das dezenas de depoimentos de autoridades que atuaram nas eleições no país desde a instituição das urnas eletrônicas, em 1996. O autor desse comentário vem a ser o subprocurador da República Mario Bonsaglia, o primeiro colocado da lista tríplice de pretendentes a procurador-geral da República, em 2019. Foi preterido por Bolsonaro, que escolheu Augusto Aras, que nem entre os três estava.
O encontro de Jair Bolsonaro com os embaixadores anteontem já é considerado uma das maiores derrapagens do presidente desde o início de seu mandato. A menos de três meses da eleição, o erro pode ter sido fatal para suas pretensões.
A mobilização nas redes, as dezenas de manifestações de entidades e a nota do governo dos Estados Unidos podem ser a pá de cal na verborragia do presidente e de sua “narrativa” contra o sistema eleitoral. O apoio que não veio de Arthur Lira (PP-AL), que se omitiu, veio com força de outros segmentos e autoridades.