MENU

De Olho Alagoas Publicidade 1200x90
15/07/2022 às 21h29min - Atualizada em 15/07/2022 às 21h29min

Em Juiz de Fora, Bolsonaro repete fake news sobre Fachin e promete mudanças no STF, caso eleito

Gabriel Sabóia - O GLOBO
https://br.noticias.yahoo.com/
REPRODUÇÃO

Em sua primeira visita a Juiz de Fora desde a facada que sofreu, em 2018, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a colocar sob suspeita a lisura do processo eleitoral e a atuação do ministro Edson Fachin na presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Para isto, Bolsonaro se valeu de uma fake news. Em pronunciamento, o presidente afirmou que uma decisão de Fachin tirou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da cadeia e que, por isto, ele não teria isenção para presidir o tribunal eleitoral. Lula, no entanto, foi solto após decisão do colegiado do Supremo Tribunal Federal (STF) ter mudado o entendimento sobre a condenação em segunda instância. Bolsonaro também se disse "empenhado" em mudar o perfil dos ministros do STF, caso seja reeleito.

— Quem for reeleito presidente terá mais duas vagas no Supremo. Nós vamos mudando aos poucos. Quem foi que tirou o Lula da Cadeia? Foi o ministro Fachin. Onde está o Fachin hoje em dia? Conduzindo o processo eleitoral. Isso é suspeição ou não é? — questionou durante encontro com lideranças da Assembleia de Deus na cidade mineira.


O presidente também falou sobre a facada sofrida em 2018.

— A maioria dos médicos que me viram naquele estado dizem que um a cada cem que leva aquela facada sobreviveria. Alguns dizem que é sorte, eu acho que é a mão de deus. Lembro de levar aquele baque na barriga e querer continuar, seguir em frente — disse.

Nos últimos três meses, Bolsonaro esteve em média em um evento evangélico por semana. A maior presença dele em cerimônias ou encontros desse segmento religioso coincide com a melhora de seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto nesse estrato — um dos únicos em que ele aparece à frente do ex-presidente Lula.

A viagem também ocorre num momento em que o titular do Palácio do Planalto vem sendo acusado de estimular atos de violência contra adversários políticos. O tema ganhou força desde sábado, quando o guarda municipal e dirigente do PT no Paraná Marcelo Arruda foi assassinado durante a própria festa de aniversário, em Foz do Iguaçu, pelo agente penal Jorge Guaranho, apoiador declarado de Bolsonaro. Os dois iniciaram uma discussão após Guaranho invadir o evento, que tinha o PT como tema da decoração. Ele atirou contra o aniversariante. Arruda, que também estava armado, revidou, mas acabou morrendo no local. O agente penal também foi baleado e segue internado.

A ida a Juiz de Fora ajuda a reforçar o discurso adotado pelo presidente desde a morte do guarda municipal, a de que ele próprio foi alvo de um grave ato de violência quatro anos atrás. Na terça-feira, Bolsonaro telefonou para irmãos da vítima e bateu nessa tecla.

— Se porventura me apoiem (pessoas com esse tipo de comportamento), peço que apoiem o outro lado. Eu sou vítima, eu levei uma facada — disse durante a conversa por telefone.


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
De Olho Alagoas Publicidade 1200x90