O governo da cidade de Oslo, capital da Noruega, cancelou o desfile oficial da Parada do Orgulho LGBTQIA+ que ocorreria neste sábado (25) após um homem armado atacar um bar gay. Ao menos duas pessoas morreram, e vinte ficaram feridas.
A polícia norueguesa informou que está investigando o ataque como um ato de terrorismo. O bar, chamado London Pub, é o maior ponto de encontro para gays e lésbicas em Oslo. Dentre os feridos, oito foram levados a um hospital.
A polícia recebeu várias ligações sobre o tiroteio às 1h14 no horário local, e chegou ao bar minutos depois. Eles prenderam o suspeito três minutos após a chegada, segundo as autoridades.
O suspeito, acusado de terrorismo, é um cidadão norueguês originário do Irã e era “conhecido pela polícia”, mas recebeu apenas “condenações menores” até agora, disse o promotor Christian Hatlo a repórteres em Oslo no sábado.
O serviço de inteligência doméstica da Noruega disse que está trabalhando para esclarecer se mais atos de violência estariam planejados após o tiroteio. O Serviço de Segurança da Polícia Norueguesa (PST) anunciou em um tweet no sábado que foi “informado sobre o tiroteio em Oslo”.
“Agora estamos contribuindo com todas as informações relevantes que temos para o distrito policial de Oslo e estamos trabalhando para esclarecer se mais atos de violência podem ser planejados. No momento, não temos nenhuma indicação disso”, disse o PST.
Hatlo disse que a polícia acusou o suspeito de “assassinato, tentativa de homicídio e atos terroristas”.
Ele afirmou ainda que a acusação de terrorismo foi justificada com base no número de pessoas feridas e mortas e uma “avaliação geral” indicando que o acusado pretendia “criar sério medo na população”.
A polícia já tentou interrogar o suspeito, mas ainda não teve sucesso em fazê-lo, segundo Hatlo. O suspeito foi levado para a delegacia, e a polícia disse à CNN que atualmente não havia outros suspeitos.
Quanto às acusações, Hatlo disse que as autoridades verão “o que a investigação mostra”.
De acordo com as autoridades, o homem estava armado com duas armas durante o tiroteio. Eles não confirmaram quais armas ele usou devido à investigação pendente.
Havia feridos no chão dentro e fora do bar quando a polícia chegou. “A cena era caótica, era uma noite quente e muitas pessoas estavam do lado de fora, então havia pessoas correndo por toda parte”, disse a polícia à CNN.
Entre os oito feridos levado para o hospital, três pessoas estão em estado crítico. Outras 14 vítimas sofreram ferimentos leves.
Em um comunicado publicado no Facebook após o tiroteio, o London Pub condenou o incidente como “absolutamente terrível e puro mal”. O bar disse que todos os seus funcionários estavam seguros e expressou condolências às vítimas e suas famílias.
A parada anual do Orgulho LGBTQIA+ de Oslo, programada para acontecer no sábado, foi cancelada após os tiroteios após “conselhos claros e recomendações da polícia”.
Escrevendo no Facebook, os organizadores pediram a todos que não comparecessem e disseram que todos os eventos relacionados ao evento também foram cancelados.
“Seguiremos as recomendações da polícia e cuidaremos uns dos outros. Pensamentos calorosos e amor vão para os parentes, feridos e outros afetados”, disse a organizadora do evento em Oslo, Inger Kristin Haugsevje, e líder da Associação para Diversidade de Gênero e Sexualidade, Inge Alexander Gjestvang, em um comunicado conjunto.
“Em breve estaremos orgulhosos e visíveis novamente, mas hoje vamos realizar e compartilhar as comemorações do orgulho em casa”, ressaltou.
O primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, também expressou suas condolências às vítimas, chamando o tiroteio de “um ataque cruel e profundamente chocante a pessoas inocentes”.
“Meus pensamentos vão para as vítimas e seus parentes”, disse ele no Facebook. “Ainda não sabemos o que está por trás desse ato terrível, mas para a comunidade queer que agora está assustada e de luto, quero dizer que estamos todos com você”.
O presidente do Parlamento norueguês, Masud Gharahkhani, também expressou suas condolências.
“Que algo tão brutal e terrível pode acontecer. As pessoas estavam na cidade para um feriado de diversidade e amor”, disse Gharahkhani. “Eu também vejo repetidas vezes que tipo de comentários odiosos abundam nas mídias sociais quando marcamos a diversidade queer. É triste e inaceitável.”
*Com informações da Reuters