"A expectativa é que ainda hoje acorde pela tarde, (Alayne) ela estava em coma induzido até pela manhã, mas as informações de que ela estava se recuperando e poderia ser que agora à tarde pudesse falar. Ela podendo falar, a gente deve ouvi-la, pelo menos informalmente, bem como fazer outras diligências, ir nos locais, buscar novas câmeras. Algumas câmeras mostram o momento em que um casal, mais um jovem, deixam o veículo na região da Ponta Grossa. Há toda uma questão ainda que precisa ser investigada. E a linha principal de investigação é latrocínio. Por isso, a gente fez aquela ligação pela similitude das ações da madrugada de sábado para domingo com o assalto da Alayne do domingo para segunda".
De acordo com o delegado, os quatro suspeitos foram presos na região do Vilage Campestre. "Esses quatro jovens estavam numa casa. A gente já vinha investigando as ações de sábado para domingo, buscando informações de quem seriam os jovens com o uso de mulher que estariam praticando assaltos. Inclusive, os colaboradores nos levaram para essa residência. As duas vítimas do sábado para domingo - dois motoristas de aplicativo - reconheceram os dois jovens, bem como acham a similitude da moça que fez a abordagem. Mas tudo é muito prematuro dizer que foram eles que fizeram o assalto da Alayne, até porque o modus operandi era parecido, mas o emprego da violência contra Alayne chamou atenção, por isso a gente não descarta outra linha de investigação", explicou Tenório.
Suspeitos negam crime - "Todos os três negam. Os dois rapazes e a moça negam, apesar de terem sido reconhecidos. As vítimas foram com 100% de certeza em um deles, que foi o rapaz que colocou dentro da mala. E foram abandonados naquela região da parte alta. A gente não sabe - e é o que quer saber - o que desencadeou para essa violência", contou o delegado ao Fique Alerta.
Sidney Tenório disse ainda que a polícia tem a informação de outros assaltos que esse grupo já vinha participando naquela região. "Claro que a investigação veio para a Deic depois do caso da Alayne, porque originalmente os crimes de roubo ficam com a Delegacia Especializada de Roubos da Capital (DERC). Então, possivelmente, esses outros assaltos por esse grupo vinham sendo investigados lá. Mas, tão logo houve essa tentativa de latrocínio, que a gente considera ainda como tentativa de latrocínio, veio para a Deic.
Depoimento do namorado - Hoje a Polícia Civil ouviu o namorado de Alayne. Ele, que também faz trabalho como motorista de aplicativo, disse que os dois procuravam se proteger durante as corridas. "A principal informação dele, a gente queria saber a dinâmica que ocorreu na noite do domingo. Do momento da abordagem até quando ela foi encontrada. Precisava que a gente oficializasse isso. Ele fala mais ou menos a dinâmica, a rotina que eles tinham, ele também é motorista de aplicativo. Então, eles tinham essa rotina de proteção, um protegia o outro compartilhando a localização. Quando essa moça subiu (no carro), ele deixou claro que era uma mulher. Inclusive, ele manda um áudio semelhante ao horário em que ela entra no carro. Uma mulher entra nesse veículo, em seguida segue para aquela região do Caetés, do Benedito Bentes. Quando ela para o compartilhamento do Whatsapp", detalhou o delegado.
O caso - A motorista de transporte por aplicativo foi baleada na cabeça depois de ter sido sequestrada por criminosos durante assalto em Maceió, no fim da noite desse domingo, 19. A mulher foi encontrada com vida numa estrada de barro no Benedito Bentes, parte alta de Maceió. Uma mulher e três homens são suspeitos do crime.
Em contato com o TNH1, o irmão da vítima, Alan Oliveira, contou que Alayne foi localizada por policiais militares em um canavial, a cerca de seis quilômetros da Usina Cachoeira do Meirim, por volta das 5h30 da manhã. O carro da motorista foi apreendido no bairro Levada.