Um estudo elaborado pelo Instituto Fecomércio/AL comprovou a viabilidade e o impacto positivo da realização do São João 'Massayó: Sol... Mar e Forró', programado pela Prefeitura de Maceió. A estimativa é de que, nos 15 dias, mais de R$ 100 milhões sejam injetados na economia local, beneficiando 9,4 mil empresas de 32 segmentos, além de sacudir o mercado informal e elevar a ocupação hoteleira numa temporada tradicionalmente fria.
Os pesquisadores entrevistaram 518 pessoas na cidade, inclusive comerciários, para obter de forma mais verídica o perfil geral e a opinião sobre os festejos juninos. Eles responderam a um questionário no qual reagiam sobre a possibilidade de o município investir em uma programação competitiva, mesclando atrações locais e nacionais.
Quando os resultados foram compilados, a pesquisa revelou que 8 em cada 10 maceioenses aprovam a festa; 7 em cada 10 entrevistados acharam que ter um grande São João, com uma megaestrutura e novas atrações, é uma ideia entre boa e excelente. Além disso, 82,10% deste público reconhecem que o evento vai movimentar a economia local, gerando emprego e renda.
Levando em consideração a população ocupada de Maceió, aproximadamente 145.751 mil pessoas pretendem ir para as festividades juninas organizada pela Prefeitura de Maceió, representando mais da metade dos entrevistados.
A pesquisa revelou que o comércio será um dos setores que mais ganharão com o São João de Maceió. Os dados revelaram que 85% dos lojistas do centro da capital nutrem expectativas boas sobre a festa. Ao serem perguntados diretamente se esperam um impacto positivo, mais da metade dos comerciários responderam que sim.
Sobre a variação de vendas, 80% dos lojistas acham que vão sofrer um impacto positivo em até 40%. Devido a isso, 30,77% dos lojistas pretendem aumentar seus estoques em até 20%. Os principais itens em que se espera variação são: vestuário 92,31%; calçados 76,92% tecidos e aviamentos 46,15%.
No retorno socioeconômico esperado, que pode alcançar R$ 87 milhões, distribuídos entre vestimentas e alimentação, ainda não estão somados os gastos com hospedagem, supermercados (varejo e atacado), consumo em bares e restaurantes, compra de artigos de artesanatos por turistas no horário contrário aos eventos, aluguéis de estruturas para os eventos festivos, contratação de serviço terceirizados e aumento do fluxo de passageiros aéreos e interurbanos. Este 'plus' deve aumentar o valor movimentado para mais de R$ 100 milhões.
Nessa conta, ainda pode-se incluir o fluxo financeiro atrelado a transporte de passageiros (Uber, 99, InDriver e Táxi Rio Maceió), que emprega mais de 10 mil pessoas na capital, segundo a Associação dos Motoristas por Aplicativos do Estado de Alagoas (AMPAEAL). A pesquisa revelou que que 61,09% pretendem solicitar transporte por aplicativo, o que indica uma previsão do aumento do número de corridas para o mês de junho durante a realização dos eventos, estimando um crescimento mínimo entre 30% e 40% no número de corridas.
Projeta-se, também, que, por dia, sejam gastos R$ 3,7 milhões com alimentação em barraquinhas e ambulantes, totalizando um volume gasto de, aproximadamente, R$ 56,2 milhões, dando um ‘gás’ no mercado informal da cidade.
Turismo – O São João tem sido visto por outras cidades conhecidas por suas festas juninas – como Caruaru e Campina Grande – como uma iniciativa para incrementar a atividade turística regional. Aqui, as perspectivas não são diferentes. Segundo os dados da AENA Brasil, administradora do Aeroporto de Maceió, Alagoas está caminhando para melhores números da movimentação de passageiros (embarque e desembarque) já visto no mês de junho em quatro anos.
Em 2022, nos quatro primeiros meses, os números já foram melhores do que no ano de 2020 e estão se igualando aos de 2018 – considerado um ano muito bom. Com o São João Massayó, a expectativa é de continuidade desse aumento no fluxo de embarque e desembarque no mês de junho, e de possível alavancagem.
De acordo a movimentação gerada com os eventos de São João, espera-se que a taxa de ocupação do mês de junho de 2022 ultrapasse a média dos anos anteriores e chegue à marca de 70%. Este nível é inferior à média anual atual de 2022, porém está bem acima do histórico do mês de junho dos outros anos. Quando se compara a taxa de variação entre a taxa esperada de ocupação hoteleira (70%) em relação mês de junho de 2021, constata-se um incremento de 32,10%.