O atual mapa eleitoral de Lula é um arco que sai do Sudeste, engloba todo o Nordeste e avança pelos maiores Estados da Amazônia. Já os redutos de Bolsonaro basicamente coincidem com a geografia do agronegócio.
Em São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, a distância entre os dois é pequena, o que impede que se aponte um favorito claro no momento.
A votação do PT em disputas presidenciais segue um padrão desde 2006, quando Lula se reelegeu. O partido se sai melhor no Norte, no Nordeste e na parte “de cima” da região Sudeste, enquanto os adversários se destacam em São Paulo, no Sul e no Centro-Oeste.
O conjunto das pesquisas indica que o petista está à frente em todos os Estados do Nordeste, região que concentra cerca de 27% dos eleitores do País.
Já Bolsonaro deve estar na liderança em toda a região Centro-Oeste. As projeções do Estadão indicam que ampliou a pequena vantagem que tinha em Goiás e agora já pode ser dado como líder isolado no Estado. Cerca de 7,5% dos eleitores do País estão no Centro-Oeste.
Na região Sul, que concentra 15% do eleitorado, a vantagem é de Bolsonaro, mas ela tem diminuído. O presidente está na frente em Santa Catarina, onde teve sua maior vitória em 2018, mas não há um favorito claro no Paraná e no Rio Grande do Sul, de acordo com o modelo do Estadão Dados.
No Sudeste, Lula aparece como favorito em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Nesse último Estado o quadro não estava muito definido até a metade de abril, mas uma pesquisa recente do Ipec (antigo Ibope) mostrou o petista com 46%, contra 31% do principal adversário. O Sudeste concentra praticamente o mesmo número de eleitores que a soma de Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Tem quase 43% dos votantes.
Metodologia
Para desenhar o mapa eleitoral dos Estados, o Estadão Dados se baseou na média de todas as pesquisas nacionais recentes que informam como está a distribuição das intenções de voto em cada região do País. O cálculo da média é importante porque há muitas variações nos resultados regionais. Isso se explica em parte pelo fato de a margem de erro em cada região ser bem maior do que a nacional, já que a amostra de eleitores é menor. Uma pesquisa com 2 mil entrevistas, por exemplo, tem margem de erro de três pontos porcentuais. Nesse levantamento, cerca de 300 pessoas são ouvidas na região Sul. Quando a amostra é desse tamanho, a margem de erro salta para seis pontos.
Depois de estimar quantos eleitores os candidatos têm em média em cada região, foi preciso projetar a distribuição desses votos pelos Estados. Se Lula tem 55% no Nordeste, por exemplo, isso não significa que ele terá 55% em todos os Estados da região. O retrospecto desde 2006 mostra que o partido sempre tem porcentagens maiores no Piauí do que em Alagoas, por exemplo. A projeção de 2022 foi feita com base na proporção média de cada Estado no voto petista em cada região do País, considerando os resultados das últimas quatro eleições.
No caso de Bolsonaro, o modelo supõe que a distribuição de seus votos dentro de cada região seguirá padrão similar ao de 2018.