Os nomes dos policiais rodoviários federais (PRF) que participaram da ação que acabou com a morte de Genivaldo de Jesus Santos, na última quarta-feira (25), foram revelados. Os agentes são Kleber Nascimento Freitas, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e William de Barros Noia, que já foram afastados dos cargos e respondem a procedimento administrativo disciplinar.
A revelação foi feita pelo programa Fantástico, da TV Globo.
Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, que morreu após uma abordagem policial em Umbaúba (SE), foi parado por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na quarta-feira (25), porque estava pilotando uma moto sem usar capacete. O caso aconteceu na BR-101, por volta das 11h.
Depois de parar a moto, a vítima, que sofria de esquizofrenia, teve mãos e pés amarrados. Mesmo sem reagir à abordagem, ele foi agredido pelos agentes. Parentes que presenciaram a cena informaram aos policiais que Genivaldo tinha problemas mentais - ele fazia tratamento para esquizofrenia há 20 anos.
“Ele pegou, botou a mão no bolso e puxou os remédios junto com a receita de que ele tem problema mental. Quando chegou o reforço, o policial veio, botou as mãos dele pra trás e começou a chutar as pernas dele. ‘Porque eles estão fazendo isso comigo se eu não fiz nada pra vocês?’”, relatou o sobrinho de Genivaldo, Ualisson de Jesus Santos, à TV Globo.
Ele foi colocado no porta-malas da viatura e imagens revelam que os policiais encheram o veículo de gás, usando uma bomba de gás lacrimogêneo. Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), Genivaldo morreu de asfixia e insuficiência respiratória. Em algum momento, uma testemunha chega a alertar: “Vai matar o cara”.
Segundo o sobrinho de Genivaldo, quando os agentes abriram o porta-malas o homem já não apresentava resistência. Em seguida, os policiais deixaram o homem lá e realizaram o reboque da moto. “Ele ficou lá no local. Com toda calma, eles foram pegar a moto, pegar um engate no reboque deles para colocar na viatura, pegar a moto e botar em cima”, relatou.
Em seguida, os agentes foram para a delegacia e, pouco depois, a família foi notificada que Genivaldo estava em um hospital. “Assim que a gente chegou na delegacia, o delegado notificou a gente que eles tinham vindo para o hospital. Quando chegamos lá, estava um policial na porta do quarto. A gente pediu para entrar. Ele disse não, não entra ninguém aqui”, conta o sobrinho.
Em nota, a PRF afirmou que os policiais usaram "técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo".