O senador Renan Calheiros virou o porta-voz do chamado G6, os senadores independentes e de oposição que integram a CPI da Covid-19 (são onze no total).
O que significa isso na prática?
Tem ficado a cargo de Calheiros se manifestar contra as ameaças feitas pelo Palácio do Planalto – e arredores – de uso indevido da Polícia Federal para perseguir os adversários do presidente.
A PF, uma das instituições de maior credibilidade no país – independentemente dos exageros -, iria realizar operações nos estados de origem dos senadores considerados “inimigos” do presidente. Em resumo: atuaria como uma polícia política.
Não creio que a instituição vá aceitar isso.
No caso de Alagoas, o governador seria alvo em decorrência da atuação do senador Renan pai. Não há razão para que ele se afaste da relatoria, por suspeição – a CPI vai investigar a atuação do governo federal na pandemia.
Quanto às investigações nos estados, elas devem acontecer independentemente dos trabalhos da comissão – e não por causa dela.
E ser alvo das redes sociais bolsonaristas – aí tem de encarar e seguir em frente.
Esse é um mal “moderno” da política brasileira (até porque tem gente demais que não faz nada na vida nem encontra sentido nela que não o de espalhar o ódio).