O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (19) que o Brasil não teve “nenhum problema social” durante a pandemia de covid-19 porque o governo federal acolheu os mais vulneráveis. A declaração foi dada no Congresso no Mercado Global de Carbono, no Rio de Janeiro.
O chefe do Executivo voltou a lamentar que a condução da crise sanitária foi tirada de sua mesa presidencial, mas que o país “fez sua parte”.
É importante dizer, porém, que o STF (Supremo Tribunal Federal) deu autonomia para estados e municípios adotarem medidas para evitar o contágio do coronavírus, mas não proibiu o governo federal de agir para combater a pandemia.
“E mais: os mais humildes, obrigados a ficarem em casa, perderam toda a sua renda. E não tivemos nenhum problema social no Brasil, pois acolhemos essas pessoas. Estamos voltando à normalidade”, afirmou.
Bolsonaro ainda disse que seu governo fez um esforço “muito grande” para que a economia brasileira não entrasse em colapso. Apesar da fala do mandatário, o aumento dos preços tem pesado no bolso dos brasileiros.
Um levantamento realizado pela CNN Brasil, com base nos dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) revelou o reajuste de preço entre os itens mais consumidos no dia a dia dos trabalhadores do país.
O aumento no preço do café, por exemplo, vem desacelerando nos últimos meses, sofrendo uma alta de 2,5% em abril. Por outro lado, nos últimos 12 meses, o reajuste já é de 67,53%. O leite, outra bebida tradicionalmente tomada no café da manhã, subiu mais de 10% só no mês passado.
O transporte público também sofreu um aumento expressivo. Os ônibus, por exemplo, tiveram uma alta de 4,46% nos últimos 12 meses, enquanto o metrô teve uma alta de 3,64% só no último mês.