Na última segunda-feira (16), o presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou na cerimônia de abertura da Feira de Alimentos e Bebidas das Américas promovida pela APAS na capital paulista. Também participaram o ministro da Economia Paulo Guedes, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito de São Paulo Ricardo Nunes, dentre outros.
Bolsonaro voltou enganar em falas sobre a pandemia e questões indígenas. Confira a análise da reportagem do Yahoo! Notícias sobre suas afirmações:
"Fica em casa que a economia a gente vê depois. Eu fui o único chefe de Estado do mundo que foi contra isso"
Presidente Jair Bolsonaro (PL), em discurso no APAS Show em 16 de maio de 2022
Outros chefes de Estado, como o presidente da Nicarágua Daniel Ortega, e o da Bielorrússia Alexander Lukashenko, igualmente se posicionaram contra medidas de isolamento social para combater a pandemia de covid-19.
Ortega chegou a afirmar em um pronunciamento na televisão: "a Nicarágua não pode parar, não podemos morrer de fome". Já o bielorusso Lukashenko chamou a pandemia de "psicose" e recomendou prevenir o vírus bebendo vodka.
"Descobrimos na transição um contrato de 50 milhões para ensinar o índio a mexer com bitcoin"
Presidente Jair Bolsonaro (PL), em discurso no APAS Show em 16 de maio de 2022
Não há registro de contratos ou projetos nesse sentido. Em 2018, a Fundação Nacional do Índio (Funai) firmou uma parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) para o fortalecimento institucional da Funai.
O projeto visava também o fortalecimento da economia local e a produção sustentável dos povos indígenas, por meio do desenvolvimento de uma plataforma de criptomoeda própria. A parceria, no entanto, não tratava sobre a criptomoeda bitcoin.
O projeto custaria R$ 44,9 milhões, porém foi suspenso em 2019 pelo governo e cancelado em 2020.
"Eu não tive poder de administrar a pandemia, o Supremo deu poder para prefeitos e governadores"
Presidente Jair Bolsonaro (PL), em discurso no APAS Show em 16 de maio de 2022
Três decisões (1, 2, 3) julgadas em 2020 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceram a autonomia de prefeitos e governadores para que adotassem políticas de contenção da covid-19. Dentre elas, o fechamento do comércio e medidas de isolamento social.
Nenhum dos julgamentos impediu o governo federal em implantar ações complementares na gestão da pandemia.