Projeções para o mercado de trabalho no Brasil em 2022 apontam que a taxa de desemprego no país deve ficar entre as maiores do mundo. A informação é de um levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating, desenvolvido em cima das novas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia mundial.
Em meio a esse cenário alarmante, uma situação curiosa se desenrola. Pedidos de demissão bateram recorde no país em março. Das 1.816.882 demissões registradas no mês, 603.136 foram desligamentos voluntários, representando 33,2% do total.
Os números foram apurados pela LCA Consultores levando em conta dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que conta as vagas de carteira assinada.
Março representou o maior número de pedidos de demissão em um único mês desde janeiro de 2020, quando se iniciou a série histórica do Caged com a metodologia atual da contabilidade de vagas.
Já em fevereiro deste ano, que já representava um número recorde até então, somaram 560.272 demissões voluntárias, do total de 1.684.636 desligamentos, equivalendo também a 33,2% do total.
Para Bruno Imaizumi, que comandou o levantamento, os números representam um movimento de continuidade de normalização do mercado.
Segundo ele, no começo da pandemia, muitas pessoas aceitaram empregos em setores que não tinham afinidade.
Desse modo, agora, no pós-pandemia, essa parcela começa a procurar funções condizentes com suas qualificações.
Outro aspecto que teria influenciado nas demissões voluntárias foi o impacto do home office. Com a volta do presencial, muitos funcionários perceberam que a modalidade não seria benéfica para uma qualidade de vida, optando, portanto, por uma maior flexibilidade.