Bolsonaro comparou seus opositores de esquerda a vermes
O presidente questionou o número de mortos por Covid-19
Ele também voltou a defender o uso de medicamentos não aprovados pela OMS no combate ao vírus
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) conversou por quase 20 minutos com seus apoiadores nesta sexta-feira, em Brasília. Ele voltou a criticar as medidas mais restritivas de combate à Covid-19, questionou os dados da doença no país e atacou a esquerda.
Bolsonaro reclamou do que chama de “criminalização” do tratamento precoce ao coronavírus. Mesmo com estudos provando que remédios como hidroxicloroquina e ivermectina não têm eficiência no combate à doença, o presidente insiste em indicá-los.
“O tempo todo o pessoal atrapalhando. Ô, idiota, então o que dá certo? Ô, jumento. Fica falando ‘ivermectina não pode’, ‘não sei o que não pode, não tem comprovação científica’. Mas não tem alternativa, então deixa o cara tomar. O médico vai decidir”, declarou.
O presidente aproveitou o assunto para comparar os opositores, do PT, a “vermes” e arrancou gargalhadas de seus eleitores. “Ivermectina mata verme ou não? Então, entendi porque a esquerda é contra.”
O PT, aliás, figurou em outro momento do discurso de Bolsonaro, que mais uma vez criticou os políticos que estão impondo regras mais rígidas de isolamento social. “Tem guardas municipais descendo o cacete em pessoa que está empurrando um carrinho de pipoca na rua. Vi um cara com uma garrafa da água levando um soco na cara”, afirmou.
“Recentemente, quando era um vagabundo e o policial dava um cascudo no cara, toda a esquerda se levantava contra. Fazia escândalo. Agora, não fazem nada, estão quietinho. Por que? Porque o que está acontecendo interessa para eles. Está interessando para o PT, PSOL."
Quem também voltou a ser citada pelo presidente foi a Venezuela. Segundo Bolsonaro, a crise econômica no país está fazendo a população se alimentar com animais domésticos. “Na Venezuela, cão e gato não existe mais. O pessoal comeu tudo. Cavalo também”, afirmou, sem qualquer prova.
O chefe do Executivo brasileiro mostrou-se descrente dos 365.444 mortos pelo coronavírus no Brasil. Bolsonaro revelou, inclusive, ter pedido ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para levantar números de outras doenças, na tentativa de provar que as secretarias de saúde estão maquiando os dados “para fins políticos”.
“Pedi ao ministro da Saúde apresentar quantas pessoas morreram de cada doença nos últimos cinco anos. Tem certas doenças das quais não morre mais ninguém. O vírus matou o mosquito da dengue. Sabemos que o vírus está matando, especialmente idosos, mas temos que ter o número concreto”, disse.
Sobrou até para o apresentador do Jornal Nacional, William Bonner. “A TV Globo, por exemplo, que parece a 'TV Funerária'. O Bonner parece que ganhou na Mega-Sena quando anuncia recorde de mortes. Tem que anunciar? Sim. Mas não anuncia o número de pessoas salvas.”