247 - A jornalista Cristina Serra, em artigo publicado na Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (15), afirmou que a imprensa não pode cometer "a fraude cognitiva" de equiparar o ex-presidente Lula (PT) a Jair Bolsonaro (PL), de extrema direita.
"Só há um extremista", diz ela, lembrando dos ataques de Bolsonaro aos jornalistas. "A hostilidade contra jornalistas é estimulada pelo presidente da República e seus apoiadores. Bolsonaro já quis dar 'porrada' em repórter e mandou jornalistas à 'pqp'. A truculência mira os profissionais e também o jornalismo como atividade essencial à democracia".
Cristina Serra destaca que a prática não é só de Bolsonaro, e sim de todo seu governo, como um grande "e daí?" para a imprensa. "As milícias digitais fazem o resto. Ao jornalismo profissional resta reverberar as barbaridades exaladas por uma máquina de mentiras e mistificações. Tudo isso é método de sabotagem ao papel da imprensa. Faz parte da estratégia da extrema direita em todo o mundo na escalada de processos autoritários".
"Em todo o período democrático, nunca vivemos nada parecido. O ovo da serpente eclodiu. A imprensa não pode repetir em 2022 a fraude cognitiva dos dois "extremos" de 2018. Só há um extremista. Não diferenciá-lo dos demais candidatos contribui para a violência contra nós mesmos e contra toda a sociedade", conclui a jornalista.