Rodolfo Landim, atual presidente do Flamengo, anunciou neste domingo (3) que abriu mão de assumir a presidência do conselho da Petrobras.
Em nota publicada no site do clube carioca, que perdeu o título estadual para o Fluminense no sábado (2), Landim explicou as razões para abrir mão do cargo.
“Apesar do tamanho e da importância da Petrobras para o nosso país, e da enorme honra para mim em exercer este cargo, gostaria de informá-lo que resolvi abrir mão desta indicação, concentrando todo meu tempo e dedicação para o ainda maior fortalecimento do nosso Flamengo”.
Landim informou que encaminhou para o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, um documento em que informa a decisão e agradece o convite.
Ele também afirmou que “minha preocupação em não conseguir, dada a dedicação que as duas instituições demandariam nesse momento, exercer ambas as funções com a excelência por mim desejada e à altura que a Petrobras e o Flamengo merecem”.
“Em relação ao Flamengo, os últimos acontecimentos me demonstraram a necessidade de termos todos nós o compromisso de um grau ainda maior de dedicação e foco ao Clube”, afirmou, citando também que foi reeleito para um mandato de três anos e que “exercer bem o cargo de presidente do Flamengo é minha total prioridade”.
O atual presidente do Flamengo havia sido indicado para o cargo pelo governo federal em 28 de março, junto com a indicação do economista Adriano Pires para a presidência da estatal.
Landim é mais conhecido por comandar o Clube Regatas do Flamengo, porém, tem ampla experiência no setor de óleo e gás. Ocupou cargos de gestão na Petrobras por 26 anos, incluindo a presidência da Gaspetro e da Vibra, antiga BR Distribuidora.
Deixou a estatal para trabalhar com o empresário Eike Batista na mineradora MMX e na petroleira OGX, mas se desentendeu com ele antes de o conglomerado quebrar.
Fundou então sua própria petroleira, a Ouro Preto Óleo e Gás que acabou vendendo para um grupo de investidores em fevereiro de 2020. Chegou a ser cotado para a presidência executiva da Petrobras em diversas ocasiões.
Já Pires é formado em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com mestrado na mesma instituição na área de Tecnologia em Petróleo e Gás. Fez doutorado em Economia Industrial na Université Paris 13.
O economista já foi superintendente geral e assessor de diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), professor na UFRJ e é fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), em que atua desde 2000 como diretor.
Os nomes seriam avaliados em uma assembleia de acionistas, marcada para o dia 13 de abril, e as trocas ocorreram em meio à pressão política sobre a Petrobras por causa do aumento dos preços dos combustíveis.
O conselho de administração da Petrobras é composto por no mínimo sete e no máximo onze membros, todos eleitos Assembleias Gerais de acionistas com mandato de até dois anos e direito a três reeleições consecutivas.
O órgão é responsável por definir e aprovar o plano estratégico de negócios da estatal.