O PL (Partido Liberal) realiza neste domingo (27) o lançamento do Movimento Filia Brasil. Este é o nome anunciado pela sigla a seus apoiadores. Na prática, trata-se do lançamento da campanha de Jair Bolsonaro à reeleição, mas o ato foi "maquiado" para driblar o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que ainda não autoriza eventos de cunho eleitoral antes do prazo.
Segundo o site Poder 360, o lançamento da campanha de Bolsonaro à reeleição foi descaracterizado "por recomendação jurídica".
Apesar da "maquiagem", Bolsonaro escancarou que o ato era de sua candidatura. "É o lançamento da pré-candidatura. Não começa a campanha ainda, tá, campanha é 45 dias antes. Mas é [para] mostrar que eu sou candidato à reeleição", disse no sábado ao Poder 360.
O ato começou às 10h. Bolsonaro fez transmissão ao vivo do Palácio da Alvorada falando sobre o evento. "Daqui há pouco às 10h, tem um grande evento de filiação em Brasília. Estamos aqui no Alvorada e fazendo um aquecimento com Gilson [Machado], nosso ministro do Turismo", afirmou.
Durante o ato, Bolsonaro exaltou mais uma vez o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, a quem dedicou o impeachment de Dilma Rousseff, torturada pela ditadura militar, em abril de 2016.
"Eu não podia deixar um velho amigo que lutou por democracia e teve a reputação quase destruída sem ser citado naquele momento. A história não se pode mudar. A história é uma só. E ela foi benéfica conosco. E aquela pessoa eu tinha por dever de consciência apresentar", declarou.
No último sábado (26), o TSE estipulou multa de R$ 50 mil para a organização do Lollapalooza se houver manifestações políticas. O órgão entendeu que Pabllo Vittar fez campanha eleitoral antecipada para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante show na última sexta-feira (25).
No Lollapalooza, Pabllo Vittar encerrou sua apresentação gritando "Fora, Bolsonaro" e correu para a plateia, tomando de um fã uma toalha com o rosto de Lula. Marina, nascida no País de Gales, gritou "Fuck you, Bolsonaro" (Vá se f..., Bolsonaro"). Emicida e outros artistas também protestaram contra o presidente.
A decisão do ministro Raul Araújo que classificou como propaganda eleitoral os atos das cantoras Pabllo Vittar e Marina foi tomada no último sábado e acata parcialmente um pedido da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL). Cabe recurso.
"Defiro parcialmente o pedido de tutela antecipada formulada na exordial da representação, no sentido de prestigiar a proibição legal, vedando a realização ou manifestação de propaganda eleitoral ostensiva e extemporânea em favor de qualquer candidato ou partido político por parte dos músicos e grupos musicas que se apresentem no festival, sob pena de multa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) por ato de descumprimento, a ser suportada pelos representados, até ulterior deliberação desta Corte", diz a decisão.