A Presidência da República afirmou nesta segunda-feira (14) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o governo não custeou a ida do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) à Rússia, em fevereiro, e que a viagem não gerou gastos aos cofres públicos.
A resposta, enviada ao Supremo por um ofício após determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, no entanto, não indica quem pagou pelos custos da viagem do filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) enquanto ele integrava a comitiva presidencial na Rússia.
Moraes analisa um pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para investigar a presença do vereador e do assessor Tercio Arnaud na comitiva que esteve na Rússia entre os dias 14 e 16 de fevereiro.
O material também não informa a agenda de compromissos de Carlos, que havia sido pedida pelo Supremo, segundo o G1.
Ainda conforme o jornal, os ofícios enviados ao STF apontam que nem o Ministério das Relações Exteriores, nem a Secretaria Especial de Administração da Presidência da República identificaram qualquer pagamento federal de despesas ligadas a Carlos Bolsonaro.
Além disso, o governo Bolsonaro afirmou ainda que não há atos do presidente da República na viagem que deva ser investigado, pois as atitudes “se pautam em critérios éticos e legais regulares”.
Na última semana, a Câmara Municipal do Rio também negou que tenha custeado a viagem de Carlos Bolsonaro à Rússia. Ao STF, a Casa enviou um ofício em que o próprio vereador informa a viagem e nega a existência de ônus para a Casa Legislativa.
No mês passado, o Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou uma representação ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, solicitando que seja investigada a participação do vereador Carlos Bolsonaro e do assessor Tercio Arnaud na viagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua comitiva à Rússia.
Isso acontece porque Carlos Bolsonaro é vereador e não tem cargo no Palácio do Planalto. Na quinta (17), o presidente defendeu a ida de seu filho para Moscou. Segundo ele, Carlos "se comporta, não tem qualquer despesa e trabalhou em nossas redes sociais”. Já Tercio Arnaud é conhecido por fazer parte do “gabinete do ódio” e propagar fake news.
Na petição, Randolfe pede que tanto Carlos quanto Arnaud prestem depoimento no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos. Moraes é o relator deste inquérito.