(ANSA) - O sexto dia da guerra na Ucrânia nesta terça-feira (1º) foi marcado por um grande ataque na cidade de Kharkiv, a segunda maior do país, com uma ação focada nos prédios administrativos localizados no centro da cidade.
Segundo o governo ucraniano, 10 civis morreram na ação e dezenas ficaram feridos, em uma área que não tem nenhum tipo de instalação militar.
"Lançar um míssil na praça central de Kharkiv é uma verdadeira ação terrorista. Assim, a Rússia se tornou um Estado terrorista e peço que todos reconheçam isso. Ninguém vai perdoar isso, ninguém vai esquecer", disse o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em uma mensagem em vídeo.
Essa é a segunda vez que Kharkiv é alvo de um grande ataque russo desde o início da guerra, mas, até o momento, o comando municipal da localidade com mais de 1,5 milhão de habitantes ainda permanece nas mãos dos ucranianos.
Conforme fontes militares ouvidas pela emissora britânica "BBC", o foco do ataque eram o prefeito e a equipe que está guiando com ele a defesa da cidade.
Já a capital Kiev continua a ser cercada, mas não sofreu grandes ataques nas últimas 24 horas. Imagens aéreas divulgadas pela mídia norte-americana mostram uma coluna de tanques de cerca de 64 quilômetros de extensão em direção à capital. Segundo a "CNN", a fila se estende "da área ao redor do aeroporto de Antonov (a cerca de 25km do centro de Kiev) ao sul até Prybirsk ao norte".
Por conta do temor do ataque à Kiev, Zelensky anunciou um novo plano de defesa de Kiev, que inclui a nomeação de um novo general para fazer a estratégia militar e o prefeito, Vitalii Klitschko, para organizar a parte civil e de voluntários.
O mandatário afirmou que defender Kiev "é prioritário", já que a queda da capital significaria uma grande chance de vitória dos russos na guerra.
O chefe da Igreja Greco-Católica do país, monsenhor Sviatoslav Shevchuck, informou em mensagem que uma maternidade próxima a Kiev foi atingida por bombas russas.
"Nesses últimos momentos, em particular nesta noite, nós vimos de novo os horrores da guerra. Nós vimos escolas, jardins de infância, cinemas, museus destruídos e, de manhã, um míssil atingiu um hospital-maternidade. Nós nos perguntamos: qual o motivo disso?", disse Schevchuck, ressaltando que ninguém morreu na ação porque "todos haviam sido evacuados".
Apesar dos apelos internacionais, o ministro russo da Defesa, Sergey Shoigu, afirmo que a "ofensiva irá até que todos os objetivos sejam atingidos".
Desde o dia 24 de fevereiro, a Rússia vem fazendo ataques em todas as áreas do país com o objetivo de "desmilitarizar e desnazificar" a Ucrânia. No entanto, o que parecia uma ofensiva rápida - até por conta do tamanho de ambas as forças armadas - está se arrastando também por conta da resistência dos ucranianos em defender seu país.
A mídia ucraniana afrmou nesta terça-feira que tropas de Belarus atravessaram a fronteira, mas o governo de Minsk negou a informação.
Nesta segunda-feira, a cidade bielorrussa de Gomel sediou a primeira rodada de conversas entre delegações dos dois países.
Apesar de não ter grandes avanços para parar o conflito, os dois lados concordaram em fazer uma nova reunião "nos próximos dias". (ANSA).