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24/02/2022 às 18h14min - Atualizada em 24/02/2022 às 18h14min

Ao menos 67 mortos e 30 feridos após ataque, dizem autoridades da Ucrânia

UOL
https://www.tnh1.com.br/
Gabinete/Ucrânia

Ao menos 67 pessoas, entre civis e militares, morreram após o avanço das tropas russas na Ucrânia, informaram um assessor presidencial e autoridades regionais. Na madrugada de hoje, o presidente russo, Vladimir Putin, deu sinal verde para o que definiu como "operação militar especial" contra a Ucrânia. O governo ucraniano diz que a ação é uma "invasão total".

Um levantamento preliminar da Polícia Nacional e o Serviço de Guarda de Fronteiras da Ucrânia identificou 15 mortos. Entre eles, cinco civis:

  • Quatro civis mortos em Donetsk, na cidade de Vugledar, após bombardeios;
  • Um menino morto após explosão durante incêndio em prédio residencial em Chuguiv;
  • Um morto em Berdyansk após forças russas alvejarem uma unidade militar de defesa aérea;
  • Três guardas de fronteiras mortos em Skadovsk;
  • Um guarda de fronteira morto em Kherson após bombardeio;
  • Cinco militares morreram após queda de avião militar das Forças Armadas da Ucrânia em Obukhiv.

O governo da Ucrânia também confirmou, na manhã de hoje, 40 militares e 12 civis mortos em todo o país. Apenas na região de Odessa, dezoito pessoas morreram após bombardeio contra uma base militar.

"Oito homens e dez mulheres. No momento ainda estamos cavando entre os escombros", informou a administração regional em comunicado.

Foram registrados pelo menos 20 pessoas feridas nas cidades Odessa, Nikolaev, Berdyansk, Skadovsk e Myrhorod. Em Odessa, 10 pessoas foram atingidas por estilhaços após um bombardeio.

Outras 10 pessoas ficaram feridas após um projétil atingir um hospital em Donetsk, no leste da Ucrânia. Seis são médicos.

Nas redes sociais, o Serviço de Guarda de Fronteiras da Ucrânia informou que uma de suas instalações em Kiev, na capital, foi bombardeada "provavelmente por mísseis".

A Ucrânia combate as tropas russas em quase toda extensão de sua fronteira com a Rússia. Os principais conflitos acontecem nas regiões de Sumy, Kharkhiv, Kherson, Odessa e em um aeroporto militar perto de Kiev, disse um conselheiro do gabinete presidencial ucraniano.

A autoridade ucraniana também disse que há um temor de que a Rússia tente entrar em Kiev pelo espaço aéreo. A capital abriga as instalações do governo.

O anúncio da invasão russa foi feito por Putin, na madrugada de hoje, durante um pronunciamento transmitido em cadeia nacional.

- Tomei a decisão de conduzir uma operação militar especial. Nossa análise concluiu que nosso confronto com essas forças [ucranianas] é inevitável (...) Algumas palavras para aqueles que seriam tentados a intervir: a Rússia responderá imediatamente e você terá consequências que nunca teve antes em sua história. Vladimir Putin, ao anunciar a operação militar na Ucrânia

Logo após o discurso, repórteres da rede americana CNN disseram ter ouvido explosões em Kiev, capital da Ucrânia, e em Kharkiv, a segunda maior cidade, localizada no nordeste do país.

A Rússia tem mais de 150 mil soldados, tanques e mísseis posicionados ao longo da fronteira ucraniana. O regime de Vladimir Putin —que, inicialmente, negou a intenção de invasão e acusou americanos de "histeria"— reclama de uma eventual adesão de Kiev à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar criada para fazer frente à extinta União Soviética.

Para Putin, a Otan é uma ameaça à segurança da Rússia por sua expansão na região. Por isso, o presidente quer uma declaração formal de que a Ucrânia nunca vai se filiar à aliança.

Em contrapartida, os Estados Unidos e países aliados do Ocidente (como o Reino Unido, França e a Alemanha) ameaçam o país com "sanções econômicas severas" e "resposta ágil".

A Rússia já anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014, o que culminou em sanções econômicas dos EUA e da União Europeia. O país também é acusado de financiar os rebeldes pró-Moscou que controlam as autoproclamadas Repúblicas de Lugansk e Donetsk, na região de Donbass.

Rússia fecha parcialmente espaço aéreo - O Safe Airspace, plataforma criada para monitorar a segurança e zonas de conflito para as companhias aéreas, disse que aumentou seu nível de risco para "não voar". Assim, os voos devem parar sobre qualquer parte da Ucrânia por causa do risco de um abate não intencional ou um ataque cibernético contra o controle de tráfego aéreo.

"Independentemente dos movimentos reais das forças russas na Ucrânia, o nível de tensão e incerteza na Ucrânia agora é extremo", disse Safe Airspace em seu site: "Isso por si só dá origem a um risco significativo para a aviação civil".

A Rússia, inclusive, fechou parcialmente o espaço aéreo na sua fronteira com a Ucrânia. De acordo com um comunicado aos aviadores e missões aéreas, o objetivo era "fornecer segurança". A notificação traz as rotas específicas e altitudes a serem evitadas.

Putin diz que não vai ceder - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira (23) que não vai ceder em suas exigências na crise em que enfrenta com vários países ocidentais, em meio aos temores da comunidade internacional sobre uma invasão da Ucrânia.

"Os interesses e a segurança de nossos cidadãos não são negociáveis para nós", declarou Putin, em um breve discurso exibido na televisão por ocasião do Dia do Defensor da Pátria.

A Rússia exige que a Ucrânia nunca seja admitido como integrante da Otan e também uma "desmilitarização" de Kiev, assim como concessões territoriais aos separatistas pró-Rússia. As exigências foram rejeitadas pelos países ocidentais.


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