O parlamento ucraniano aprovou um decreto de estado de emergência em todo o país. Essa medida já estava em vigor em duas regiões ao Leste desde 2014.
O presidente Volodymyr Zelensky propôs a introdução de um estado de emergência nacional na quarta-feira (22), enquanto o país se prepara para uma possível ofensiva militar em larga escala da Rússia.
O estado de emergência entra em vigor à meia-noite (horário local) e terá duração de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30 dias.
A declaração significa que a Ucrânia pode impor restrições à liberdade de circulação de reservistas recrutados e restrições à distribuição de informações e meios de comunicação, bem como introduzir verificações de documentos pessoais.
Isso também dará às autoridades o direito de impor um toque de recolher e proibir reuniões de massa e greves.
Entenda o conflito
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia está aumentando a pressão sobre seu ex-vizinho soviético, ameaçando desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.
A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país. A mobilização provocou alertas de oficiais de inteligência dos EUA de que uma invasão russa pode ser iminente.
Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não chegaram a uma conclusão. Foi reconhecida pelo presidente russo Vladimir Putin, na segunda-feira (21), a independência de Donetsk e Luhansk, duas áreas separatistas ucranianas.
A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.