Investigação entendeu que ela se matou e tentou simular que havia sido assassinada
O caso foi encerrado após análise da necrópsia e de materiais colhidos ao longo dos meses
A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu que a psicóloga Marilda Matias Ferreira dos Santos, encontrada morta amarrada em um porta-malas, se suicidou. As informações são da EPTV, afiliada da Globo na região.
De acordo com a investigação, a mulher de 37 anos tirou a própria vida em agosto de 2021 e tentou simular um homicídio em Pouso Alegre. O caso foi encerrado e arquivado junto à Justiça.
A polícia concluiu que Marilda morreu por asfixia e intoxicação. O laudo de necrópsia, que comprovou a ausência de lesões, e as análises de câmeras e registros telefônicos da mulher e pessoas próximas descartaram a possibilidade de homicídio.
Marilda teria tentado simular provas que apontassem para seu assassinato com informações falsas. Ela chegou a dizer ao marido que havia saído para um passeio de bicicleta e que estava sendo assediada por estranhos, mas os levantamentos da polícia comprovaram que ela não saiu de casa.
“Esses contextos permitiram concluir que ela praticou suicídio, montou esse cenário e algumas fantasias para demonstrar que seria um crime, porque ela não tinha essa coragem de praticar o suicídio perante pacientes e à sociedade, então ela queria ocultar e demonstrar que faleceu por homicídio, mas de maneira alguma tentou incriminar o próprio marido", explicou o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Baroli, em entrevista coletiva.
A perícia analisou anotações da psicóloga, que apontavam claros sinais de depressão. Em janeiro daquele mesmo ano, a mulher já havia tentado o suicídio, mas foi encontrada a tempo pelo marido.
O laudo de necrópsia de Marilda apontou a presença de 14,6 dg/l de álcool e um medicamento barbitúrico, com propriedades sedativas e anticonvulsivantes que atua diretamente no sistema nervoso central, mas descartou perfurações por agulha.
Marilda foi encontrada pelo marido no porta-malas de seu próprio carro na manhã de 22 de agosto, na garagem da residência onde viviam.
A casa não exibia nenhum sinal de arrombamento, tampouco algum objeto havia sido levado. A mulher trajava roupa de ciclista e estava com as mãos amarradas, mas de forma frouxa e simples.
O marido foi ouvido e liberado pela polícia. Segundo a investigação, os registros de chegada e localização dele foram confirmados por câmeras de segurança e pelo GPS do celular.