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25/01/2022 às 20h31min - Atualizada em 25/01/2022 às 20h31min

Últimas palavras de Olavo de Carvalho foram de crítica a Bolsonaro

O autoproclamado filósofo chamou o presidente de burro, covarde e fraco, e dava por perdida a eleição de outubro deste ano

Ricardo Noblat
https://www.metropoles.com/blog-do-noblat
O autoproclamado filósofo Olavo de Carvalho, 74 anos, morreu na madrugada de hoje rompido politicamente com o presidente Jair Bolsonaro. Eles já não se falavam há quase um ano. Olavo recusava o título de guru de Bolsonaro e dos seus filhos. E dizia só tê-lo encontrado na vida não mais do que quatro vezes.

Olavo viveu e morreu ao seu gosto, provocando polêmicas. Suas últimas palavras sobre Bolsonaro foram ditas em uma live no dia 20 de dezembro último, da qual participaram em silêncio os ex-ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente), Abraham Weintraub (Educação) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores).

Na imagem colorida, um homem está posicionado no centro. Ele tem cabelos brancos, usa roupa azul clara e olha para a câmera com um cachimbo branco na boca

Na imagem colorida, um homem está posicionado no centro. Ele tem cabelos brancos, usa roupa azul clara e olha para a câmera com um cachimbo branco na boca


Na imagem colorida, um homem está posicionado no centro. Ele tem cabelos brancos, usa roupa de frio e olha sorrindo para frente

Na imagem colorida, um homem está posicionado no centro. Ele tem cabelos brancos, usa roupa de frio e olha sorrindo para frente


Instagram / Reprodução

Na ocasião, a propósito das eleições de outubro próximo, Olavo vaticinou que a “briga está perdida”. “O Brasil vai se dar muito mal, não venham com esperanças tolas. Existe uma chance [de ele voltar], mas remota. Só se Bolsonaro acordar, e eu não sei como fazê-lo acordar.” Os três ex-ministros afastaram-se do presidente.

O escritor chegou a dizer que o presidente é um “excelente administrador”, mas o comparou a um prefeito de “cidade do interior”, acusando-o de covardia. Descartou a ideia de que Bolsonaro representa a direita brasileira: “No Brasil, ou você é comunista ou é neutro. Não existe direita. Existe bolsonarismo”.

A relação entre os dois foi se tornando mais hostil com a passagem do tempo. Era boa no começo do governo em 2019, quando Olavo emplacou Araújo como ministro das Relações Exteriores e o professor colombiano Ricardo Vélez Rodríguez como ministro da Educação. Um ano depois, já era sujeita a chuvas e trovoadas.

Em maio de 2020, por exemplo, em entrevista à BBC Brasil, Olavo disse que era possível chamar Bolsonaro de “burro”. Disse, porém, que ele não seria ladrão. Em junho, acrescentou o adjetivo “fraco”. Escreveu em sua conta no Twitter: “Se esse pessoal não consegue derrubar o governo, eu derrubo”.

A família de Olavo não revelou as causas de sua morte. No último dia 16, ele anunciou que contraíra a Covid-19. Durante a pandemia, não se cansou de repetir que o vírus nunca havia matado ninguém. Na madrugada de hoje, Bolsonaro lamentou sua morte. A morte da cantora Elza Soares, há poucos dias, não lamentou.


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